Arrivismo feminino em Machado de Assis e Marcel Proust

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva, Maria Elvira Lemos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-04082016-143225/
Resumo: Esta tese traz a análise das personagens arrivistas femininas das obras romanescas de Machado de Assis e Marcel Proust. São elas: Guiomar, Helena e Sofia, de A mão e a luva, Helena e Quincas Borba, respectivamente, e Odette e Madame Verdurin de À la recherche du temps perdu. Em A Mão e a luva e Helena, Machado engendra as tramas no Rio de Janeiro dos anos 1850, período estável do Segundo Reinado. A trajetória ascensional de Guiomar e Helena, em uma época de pouca mobilidade social, justifica-se pelo fato de serem personagens singulares, dotadas de grande habilidade. Aqui, o destino repara o equívoco do nascimento desprivilegiado. Quincas Borba, por outro lado, ambientado entre 1867 e 1871, apresenta uma sociedade mais dinâmica e fluida. A mudança gradativa de classes operada por Sofia e Cristiano Palha se deve ao grande senso de oportunismo nos negócios e às ações pouco escrupulosas do casal. De todo modo, as narrativas brasileiras tratam predominantemente do desejo de pertencer à burguesia rica. Em À la recherche du temps perdu, Proust mostra uma sociedade complexa e estratificada, em que a burguesia e a nobreza, a despeito da Revolução Francesa, continuam divididas em várias subcategorias na Belle Époque. Por isso, Odette e Madame Verdurin têm de cumprir muitas etapas no decorrer de quatro décadas para conquistarem seu espaço no faubourg Saint-Germain. Considerando as diferenças históricas e espaciais dos romances brasileiros e franceses, analisamos a construção das figuras femininas citadas através do cotejamento de trechos das obras. Com isso, foi-nos possível apontar pontos de aproximação como o casamento, a maternidade e a importância dos salões, vistos sob os pontos de vista das condições sócio-culturais de cada país.