Às margens do Vivonne: o estilo de Marcel Proust nos romances de Pedro Nava, Jorge Andrade e Cyro dos Anjos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mauro, Fillipe Augusto Galeti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-19012023-201215/
Resumo: Esta tese compara as diferentes ressonâncias do estilo de À la recherche du temps perdu, de Marcel Proust, nos romances brasileiros Baú de Ossos, de Pedro Nava (1972), Labirinto, de Jorge Andrade (1978) e A menina do sobrado, de Cyro dos Anjos (1979). Proust é evocado com grande frequência por esses três escritores e sua estética fertilizou a noção de memória e de tempo perdido contida em suas obras. O crítico Sábato Magaldi sugeriu a Labirinto o subtítulo de \"em busca do pai perdido\" pela forma como aborda os conflitos familiares de seu herói; Cyro dos Anjos, um \"devoto\" do romance de Proust, cria seus próprios episódios de memória involuntária e inscreve o herói de A menina do sobrado em sucessivos ciclos de patologia amorosa; Pedro Nava dedica a Proust todo o capítulo final de Baú de ossos e não hesita em afirmar que \"todo mundo tem sua madeleine\" e que \"cada um foi um pouco furtado pelo petit Marcel\". Na primeira parte, um estudo diacrônico propõe uma periodização e busca descrever, a partir de Jorge de Lima, Barreto Filho, Augusto Meyer e Octacílio Alecrim, as diferentes maneiras pelas quais a moderna literatura brasileira se apropriou do estilo de Proust. Em seguida, um estudo sincrônico elegeu seis importantes topoi da Recherche (memória involuntária, série enumerativa caótica, leis do espírito, patologia amorosa, aprendizagem artística e fantasia onomástica) e avaliou as distintas maneiras como se manifestam em Nava, Andrade e Anjos. Por fim, no cruzamento entre essas duas dimensões, foram interpretadas as condições históricas, econômicas e políticas que tornaram possível a proliferação de livros de aspecto proustiano no Brasil dos anos setenta.