Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Mauro, Fillipe Augusto Galeti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-11102018-103623/
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Resumo: |
Esta dissertação se propõe a comparar o estilo de descrição da figura humana em retratos jornalísticos de Jorge Andrade e de Marcel Proust. O primeiro, enquanto repórter na revista Realidade e o segundo enquanto colaborador ocasional de inúmeros jornais e revistas da Belle Époque parisiense. Cada um desses dois escritores não hesitou diante da oportunidade de produzir artigos jornalísticos de forte verve literária sobre intelectuais, artistas e mundanos de suas épocas. A participação de Andrade na revista Realidade ocorre na segunda fase do periódico, entre 1969 e 1972, quando os métodos iniciais de edição de artigos foram reestruturados para contornar a censura do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Por sua vez, Marcel Proust escreve para publicações que abrem espaço substantivo ao gênero portrait com o intuito de satisfazer a curiosidade de um público-leitor fortemente interessado pelos traços que distinguiriam o artista, o homem de letras ou o indivíduo da alta sociedade. A tônica comum nesses textos não é somente o aprofundamento nos traços sentimentais e psicológicos dos entrevistados, mas também a forte valorização do memorialismo, que se faz notar pelo recurso a experiências pessoais não somente daquele que é retratado, mas também do próprio escritor. Assim, o exercício do gênero retrato literário não apenas os inseriu de modo particular nas tendências da imprensa em seu tempo, mas também contribuiu para a experimentação de uma estética que viriam a consagrar em peças de teatro e romances. A partir da leitura comparada dos dez perfis jornalísticos de Jorge Andrade com uma dúzia de retratos literários selecionados na obra de Marcel Proust, buscamos descrever os fundamentos das formas de representação da realidade que aproximam os dois autores, traçar a maneira como dialogaram com a cultura midiática de suas épocas e testar a hipótese de que o jornalismo pode ter operado à moda de um laboratório estético no momento em que escreveram obras romanescas de maior comprimento e sofisticação: o romance Labirinto, de Andrade, e o ciclo À la recherche du temps perdu, de Proust. |