Da alegria e seus inutensílios: o corpo não mente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Angelo Giuseppe Xavier
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Joy
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-15022023-180312/
Resumo: Esta tese trata de uma articulação no campo epistemológico da psicanálise elegendo a alegria como força capaz de movimentar uma estilística de leitura e escrita, que permitiu ao seu autor pensar em perspectiva o relevo ético-político dos afetos fundamentais atuantes no âmbito das práticas psicanalíticas. Materializa com alegria um artefato acadêmico antropofágico, dobrado sobre ensaios de verves poéticas que curto-circuitam entre rizomas científicos e inutensílios literários. Com outros termos, é um esforço de afirmação de um estilo ensaístico que objetiva realizar uma monstração do conceito de monstrema, sendo este, nem sempre, uma silenciosa canção de figuras movidas em síncope, associadas por turbas enfurecidas de imagens, habitantes inquietas das palavras em vívidas carnes. Tal monstração arregimenta expedientes antropofágicos ousados que se juntam a política presente nas composições de Paul Feyerabend para quem um certo anarquismo epistemológico é condição profícua ao arejamento da ambiência acadêmica, como condição a florescência de outras formas criativas, ou, como prefiro pensar, formas alegres de produção em espaços universitários. Nesta tese, o leitor passeará sobre um relevo rizomático no qual a alegria deixa seus rastros, revelando um itinerário que mistura paisagens francesas com horizontes nordestinos. Aqui e acolá, encontros inusitados são propositalmente promovidos, fazendo da jornada uma festa de fantasmas rivais que se permitem, por uma certa ousadia rir uns dos outros. Há também instantes tensos, quando encontramos Ferenczi por vias lacanianas; tocantes, quando somos convidados a dançar com o corpo esfacelado de Artaud; singelos, quando ouvimos do chão nordestino um chamado. Tudo isso pode evocar afetos díspares, mas, como sabê-lo?