Transmissão materno infantil do vírus da imunodeficiência humana adquirida: quanto custa não prevenir

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Pluciennik, Ana Maria Aratangy
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6131/tde-09022021-175437/
Resumo: Introdução - Como a limitação de recursos é um fato, os gestores de programas de saúde têm a responsabilidade social de aplicar os escassos recursos disponíveis de forma a maximizar os benefícios obtidos. Escolhas devem ser feitas. Nesse sentido, as avaliações econômicas cumprem o papel de introduzir racionalidade e transparência no processo decisório. Embora eticamente inquestionável, o programa de prevenção da transmissão materno-infantil (TMI) do HIV nunca foi avaliado do ponto de vista econômico em nosso meio. Objetivos - O principal objetivo do estudo foi realizar uma avaliação econômica das medidas de prevenção da TMI do HIV no Estado de São Paulo, buscando medir as conseqüências de sua implementação parcial ou nula. Metodologia - Com base em dados empíricos e teóricos disponíveis na literatura foram identificados cenários alternativos de implantação das medidas de prevenção da TMI do HIV: 1- total; 2- parcial; 3- parcial, somente para gestantes soropositivas que conhecem seu status soro lógico 4- nenhuma medida implantada. Os custos e os impactos epidemiológicos e econômicos da prevenção em cada cenário foram avaliados através de análises de custo-efetividade e custo-benefício. Os impactos epidemiológicos foram estimados através do número de casos novos de infecção pelo HIV em recém-nascidos e da carga da doença, expressa através dos Anos de Vida Ajustados por Incapacidade ou Disability Adjusted Life Years (DALY). Os impactos econômicos foram estimados através do custo de tratamento dos casos e da perda de produção. Custos e impactos futuros foram descontados a uma taxa de 6% ao ano. A taxa de desconto temporal e outros parâmetros considerados significativos foram submetidos à análise de sensibilidade. Resultados - O cenário 1 resulta em 353 casos de infecção pelo HIV em recém-nascidos e 3.741 DALY perdidos. A prevenção custa R$ 27.291.899,00 e R$ 36.846.157,65 serão gastos no futuro em tratamento dos casos e perda de produção. O cenário 2 resulta em 704 casos e 7.461 DAL Y perdidos. A prevenção custa R$ . 19.024.072,00 e o gasto futuro é de R$ 73.483.555,20. O cenário 3 resulta em 1.194 casos e 12.653 DALY perdidos. A prevenção custa R$ 1.802.924,00 e o gasto futuro é de R$ 124.629.779,70. O cenário 4 resulta em 1.763 casos, 18.683 DAL Y perdidos e o gasto futuro é de R$ 184.022.028,15. Conclusão - Implantar integralmente as medidas preventivas da TMI do HIV pode fazer com que a sociedade economize até 65% do que gastaria se nenhuma medida fosse adotada. Para cada real investido na prevenção da TMI do HIV, cerca de 4,5 reais são economizados no futuro. O investimento de recursos da saúde nas medidas de prevenção da TMI do HIV é justificável não só dos pontos de vista epidemiológico e ético, mas também sob o aspecto econômico. A implementação parcial ou nula dessas medidas é responsável por perda importante de anos de vida, de produção e dos escassos recursos destinados à saúde.