Interações em estudos para conservação: conceitos e técnicas para análises geográficas e ecológicas da paisagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Sartorello, Ricardo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-24032015-122734/
Resumo: Diante do estado crítico dos sistemas ambientais naturais no Brasil e no mundo, acreditamos que a interação entre as abordagens geográfica e ecológica no estudo da paisagem possa resultar em uma evolução nas pesquisas e planos para a conservação ambiental. Para explorar esse potencial, analisamos criticamente as diferenças fundamentais entre estas duas abordagens. Dentre elas, a questão do observador da paisagem, mais humano na Geografia e voltado para as necessidades das espécies na Ecologia. A principal consequência desta diferença se reflete na escala de apreensão e na delimitação da estrutura da paisagem, relacionando diversas variáveis na abordagem Geográfica e utilizando principalmente a vegetação na Ecológica. Visando explorar as possibilidades de interação destas duas abordagens, propusemos cinco estudos de caso. O primeiro propõe a identificação e mapeamento da paisagem na escala do continente sul americano. Utilizamos novas técnicas de sensoriamento remoto para analisar a estrutura da paisagem no território brasileiro por meio da variação da vegetação em uma série temporal de imagens MODIS EVI entre os anos 2000 e 2012. Os resultamos mostram que a técnica utilizada consegue diferenciar paisagens com diferentes níveis de complexidade em uma classificação contínua. Os outros estudos foram desenvolvidos em escala regional, na área que forma um corredor ecológico entre as Serras da Cantareira e Mantiqueira. No segundo estudo foi feita uma análise de regiões no modelo de ilhas - que considera a vegetação como base da estrutura da paisagem. Comparamos fragmentos florestais em uma malha de polígonos com mesma área considerando a área total e número como indicadores da fragmentação da paisagem. Essa análise por regiões facilita o entendimento da configuração da paisagem, tornando possível a identificação de áreas mais e menos favoráveis para a conservação e orientando planejamentos regionais. O terceiro estudo aborda as mudanças temporais na paisagem. Comparamos imagens Landsat TM em três momentos (1988, 1999 e 2010). As mudanças no Corredor Cantareira-Mantiqueira não foram tão severas neste período e estão profundamente ligadas ao relevo de serras da região. Elaboramos o quarto estudo para compreender melhor o papel do relevo na paisagem por meio de uma classificação utilizando parâmetros geomorfométricos. Relacionando os resultados com o uso da terra da região, observamos que as classes obtidas representam processos dominantes na paisagem como o uso para agricultura ou áreas com remanescentes florestais. A partir destas classes identificadas na paisagem desenvolvemos o quinto estudo para investigar a conectividade no Corredor Cantareira-Mantiqueira. Utilizamos simulações de movimentação de espécies entre manchas de mesma classe da paisagem utilizando quatro superfícies de custo para o deslocamento. Os resultados mostraram que existem significativas diferenças entre os corredores com base em variáveis do relevo, gerando caminhos com menores variações topográficas e mais curtos, quando comparados aos corredores simulados com base no uso da terra e vegetação. A análise crítica sobre as produções das duas abordagens da paisagem e a sequência de estudos de casos demonstram a interação entre as abordagens ecológicas e geográficas é possível e é necessária para o aprimoramento de estudos voltados para o planejamento e para a conservação ambiental