Reativações pós-rifte e evolução do relevo da área central da margem continental do sudeste brasileiro: relações entre dinâmicas de longo e curto prazo no tempo geológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Daniel Henrique de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154309
Resumo: Este trabalho investiga a evolução do relevo da área central da margem continental do sudeste brasileiro a partir de uma abordagem que integra diversas escalas temporais. Identificar os principais eventos tectônicos que definiram a formação do relevo em uma escala regional e como este relevo tem se modificado na dinâmica atual constituem o principal objetivo desta tese. Foram utilizados como principais ferramentas a termocronologia por U-Th-Sm/He em apatitas (escala de milhões de anos) e análise da concentração do isótopo cosmogênico 10Be em amostras de sedimentos de rios (escala de milhares de anos). A datação por U-Th/He em apatitas resultou em idades médias entre 58 ± 17 e 124 ± 12 Ma. As histórias térmicas modeladas marcam períodos de resfriamento acelerado no Cretáceo Inferior, Cretáceo Superior e Paleógeno, em acordo com os grandes pulsos tectônicos registrados pela história geológica da região. As taxas de erosão modernas, derivadas da análise de 10Be situam-se entre 5 ± 0.5 a 53 ± 4 m/Ma. Este intervalo é semelhante ao verificado em outras margens passivas no globo e significantemente inferiores as taxas de erosão estimadas nas histórias térmicas para períodos de rápido soerguimento, que ultrapassam 100 m/Ma, indicando assim estabilidade tectônica durante o Quaternário Superior. Foi verificado que precipitação e temperatura, sob forte regulação do relevo topográfico definem a variação das taxas de erosão regionalmente, de modo que as escarpas da Serra do Mar voltadas ao oceano erodem mais rápido que as demais regiões. Incisão e processos de vertente são balanceados, de modo que o alto relevo dos escarpamentos se mantém. Episódios de captura de drenagem levam a dissecação dos planaltos elevados e ao movimento descontinuo das escarpas em direção ao divisor regional. A extrapolação das taxas de erosão modernas revelou que na manutenção das condições atuais seriam necessários entre 20 a 40 Ma para atingir o total de incisão observado nas escarpas; a integração entre taxas de longo e curto termo indica que nos períodos de tectônica moderada, as taxas são semelhantes nos pontos chaves de evolução do relevo, tais como vales estruturais incisos. Assim, em torno de oscilações na média, há um balanço entre soerguimento e erosão.