Aplicação da ecologia de paisagem para a implantação de corredores ecológicos no municipio de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Salomão, Natália Viveiros
Orientador(a): Machado, Evandro Luiz Mendonça
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UFVJM
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://acervo.ufvjm.edu.br/items/9e557d39-baca-404b-afb4-6366f8b2c38a
Resumo: As alterações na estrutura da paisagem provocadas pelo homem ou por agentes naturais determinam o objetivo fundamental da ecologia da paisagem. Os impactos no solo são consideradas as principais causas da perda da biodiversidade, pois são responsáveis pela perda e fragmentação de habitats. A implantação de corredores ecológicos é uma estratégia para minimizar os processos de degradação de fragmentos florestais e garantir a conservação de espécies e ecossistemas. O objetivo desse trabalho é analisar e determinar áreas susceptíveis à implantação de corredores ecológicos, ligando essas áreas ao Parque Estadual Serra do Intendente, a fim de garantir a conservação dos domínios brasileiros Cerrado e Mata Atlântica, no município de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais. Para tanto, primeiramente, foi realizada a dinâmica da vegetação da área de estudo entre os anos de 1979 e 2015, a partir da matriz de transição. Para a confecção da matriz, foi realizada a classificação visual do mosaico de fotografias aéreas de 1979 e a classificação supervisionada de uso e ocupação do solo da imagem de satélite LANDSAT 8 de 2015. Ambas as classificações resultaram em três classes de vegetação, sendo elas herbácea, arbustiva e arbórea. Após a análise da dinâmica da vegetação, foi realizada a análise da estrutura da área, calculando-se as métricas de paisagem: métricas da área (área da paisagem e porcentagem da paisagem), métricas de fragmentos (número dos fragmentos), métricas de borda (razão entre área e total de bordas), métricas de forma (tamanho e forma dos fragmentos) e métricas do vizinho mais próximo (conectividade entre os fragmentos). A análise da dinâmica da vegetação resultou em uma redução da vegetação arbórea e um crescimento da vegetação herbácea e arbustiva. Já a análise da estrutura resultou em uma maior fragmentação, maior número de fragmentos irregulares, maior total de bordas e redução da conectividade entre os fragmentos. Para definir as áreas de implantação dos corredores ecológicos, foi analisado o potencial ecológico e estrutural da paisagem. Para a confecção do mapa de potencial ecológico determinaram-se as variáveis e seus pesos, sendo os maiores pesos para as variáveis vegetação e hidrografia, somando ambos 80% do total e os menores pesos para as variáveis altitude e declividade, somando ambos 20% do total. A confecção do mapa de potencial estrutural foi de acordo com o cálculo das métricas da classe, sendo elas: média da área do fragmento, média do formato dos fragmentos, média do total de bordas e média da conectividade. Assim, os resultados concluíram que áreas próximas aos corpos d’água, com menor total de bordas e maior conectividade entre os fragmentos eram áreas mais favoráveis aos corredores, já que garantiam o equilíbrio e conservação das espécies nativas, favorecendo o fluxo gênico e a desfragmentação dessas áreas. O presente trabalho demonstrou que a área de estudo, embora fragmentada, apresentou cobertura vegetal acima de 60% e, portanto, o habitat encontra-se conservado, ressaltando-se a importância de se conhecer a área tanto estrutural quanto ecologicamente, a fim de garantir um bom resultado nas práticas conservacionistas.