Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Quinteiro, Mariana Martins da Costa
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Orientador(a): |
Magalhães, Luís Mauro Sampaio
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Banca de defesa: |
Zaú, André Scarambone,
Campos, David Vilas Boas de,
Silva, Inês Machline da,
Oliveira, Rogério Ribeiro de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e Florestais
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Departamento: |
Instituto de Florestas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/9356
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Resumo: |
A Mata Atlântica é uma das formações florestais mais ameaçadas no Brasil. Em contraste com sua enorme diversidade e exuberância, mais de 70% da população brasileira vivem no território deste bioma. As principais áreas preservadas, sob seu domínio, estão localizadas no sudeste do Brasil, representada atualmente apenas por fragmentos de formações florestais secundárias. Os poucos núcleos de florestas primárias encontram-se concentrados em áreas de altitude elevada e acesso difícil. Visconde de Mauá situa-se no maciço do Itatiaia, parte da Serra da Mantiqueira e compreende inúmeras nascentes do rio Preto, que serve de limite entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. É uma região de domínio de Mata Atlântica, 1200m de altitude média, situada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira e entorno do Parque Nacional de Itatiaia. O objetivo geral deste trabalho encontra-se na busca de perspectivas em que a pesquisa etnobotânica aplicada possa fornecer subsídios importantes para elaboração e direcionamento de estratégias de desenvolvimento e medidas de conservação na região, perpetuando sua riqueza natural e cultural. Assim, busca-se confrontar o modelo de conservação vigente com o etnoconservacionista para o bioma Mata Atlântica, além de levantar formas de integração do conhecimento tradicional sobre os recursos florestais com estratégias coerentes com as políticas públicas locais. Foram aplicados procedimentos etnobotânicos padrões com informantes chave tradicionais e artesãos locais. Os informantes-chave reconhecem mosaicos de unidades de paisagem, com biodiversidade e dinâmicas próprias, designados de Campo, Brejo, Floresta, Mata de beira de rio e Quintal. Este envolvia, sobretudo, roças de milho e feijão consorciadas com gêneros agrícolas de subsistência, tradição perdida por mudanças nas relações de trabalho e do uso do solo advindas do aumento das atividades turísticas e das mudanças nas leis ambientais. A sabedoria vinculada a essas praticas, entretanto, permanece no conhecimento popular transmitido de forma oral, em diferentes formas de manejo agrícola tradicional, mitos e lendas da floresta. Ormosia aff. ruddiana e Araucaria angustifolia destacam-se como espécies prioritárias para ações de conservação, dada a intensidade e formas de extrativismo ocorrentes na região. As comunidades-alvo de estudo das pesquisas etnobotânicas são peças-chave na obtenção de formas de manejo sustentado dos recursos vegetais e de diversas outras estratégias coerentes com o desenvolvimento sustentável local. As ciências que estudam essas perspectivas etnoconservacionistas devem ser incluídas em programas de Educação Ambiental como medida urgente, uma vez que a tradição oral e as práticas tradicionais vem sendo reduzida drasticamente. Algumas metodologias de retorno do trabalho etnobotânico foram aplicadas à comunidade de Visconde de Mauá, como a construção de um horto-viveiro de mudas florestais no interior de uma escola local, a distribuição de folhetos informativos sobre espécies úteis, o manejo de uma unidade agrícola através de práticas agroflorestais de forma comunitária e a organização de saraus ambientais para revalorização da cultura local, dentro e fora de instituições de ensino formais. |