Efeito da temperatura na interação entre Neophysopella tropicalis e as videiras cv. Niagara Rosada e cv. Cabernet Sauvignon

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rasera, Júlia Boscariol
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-01042021-134547/
Resumo: O Brasil é o décimo quarto maior produtor de uva do mundo, e produziu aproximadamente 1.5 milhões de toneladas em 2020. O Rio Grande do Sul é o maior produtor do País e tem 20% de sua área plantada de viníferas, com a videira Vitis vinifera cv. Cabernet Sauvignon, e o Estado de São Paulo segue como o terceiro maior produtor, tendo sua área plantada predominada pela videira V. labrusca cv. Niagara Rosada. Um grande obstáculo que os produtores da região enfrentam é a ferrugem da videira, causada por Neophysopella tropicalis. As alterações climáticas indicaram o aumento tanto da temperatura global como da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e provocaram um novo alerta na agricultura. Neste contexto, surge a necessidade de se entender as implicações dessas mudanças no patossistema videira-N. tropicalis. Desse modo, os objetivos deste trabalho foram: a) caracterizar a atividade fotossintética de videiras cv. Niagara Rosada e cv. Cabernet Sauvignon sadias não inoculadas e inoculadas com N. tropicalis sob diferentes temperaturas e b) caracterizar o monociclo de N. tropicalis em cv. Niagara Rosada e cv. Cabernet Sauvignon sob diferentes temperaturas. Para tanto, foram realizados experimentos in vitro e in vivo em uma faixa de temperatura de 15 a 35°C, para análise do processo de pré-penetração do patógeno e, experimentos in vivo a 20, 25 e 30°C para caracterização do monociclo desta ferrugem e das trocas gasosas e respostas do hospedeiro, com as variações de temperatura. Os experimentos foram realizados em cv. Niagara Rosada e cv. Cabernet Sauvignon. As taxas de germinação de urediniósporos de N. tropicalis in vitro foram muito menores do que as observadas in vivo, independentemente da temperatura e, não houve germinação a 35°C. As análises epidemiológicas e histopatológicas apontaram que a faixa de temperatura ótima para o desenvolvimento do patógeno é entre 20 e 30°C, sendo a severidade final a 30°C tão elevada quanto nas demais temperaturas, mesmo que o hospedeiro apresente mecanismos de defesa contra o patógeno nesta temperatura. A presença do patógeno reduziu a assimilação de CO2 a 25 e a 30°C e essa redução seguiu um modelo exponencial negativo em função da severidade da doença. Na temperatura de 30°C houve queda brusca na eficiência do uso da água, principalmente na cv. Niagara Rosada. Dessa forma, mesmo a temperatura de 30°C não sendo a ideal para o desenvolvimento do patógeno, a combinação de estresses abiótico e biótico se mostrou tão prejudicial quanto à ocorrência de um estresse isolado.