Comunidade planctônica como indicadora do estado trófico em um viveiro de piscicultura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Juliane dos Santos Alves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191968
Resumo: Todas as mudanças temporais que ocorrem nos ecossistemas são complexas e podem ser responsáveis pelos padrões cíclicos de variações. Se o tempo de vida de um organismo é curto em relação às mudanças ambientais são esperadas oscilações ou flutuações da densidade populacional. Os sistemas artificiais rasos, como viveiros e tanques de piscicultura, são dinâmicos, apresentando manejo intensivo, com uso de ração para alimentação e frequente adição de fertilizantes, onde qualquer alteração, pode acarretar condições adversas ao meio, como por exemplo, a eutrofização. O presente estudo analisou as condições bióticas (plâncton) e abióticas (variáveis ambientais) de um viveiro de piscicultura, comparou as concentrações de nutrientes com a presença das espécies planctônicas indicadoras de estado trófico e avaliou a aplicação de índices de estado trófico em um viveiro de piscicultura. Amostras de água e plâncton em diferentes profundidades (superfície e fundo) e sedimento foram coletadas durante cinco dias consecutivos em cada mês, durante seis meses (julho-dezembro) em um ponto de amostragem localizado no centro do viveiro, nas estações de seca e chuva. As diferenças significativas entre as amostras foram avaliadas através de uma ANOVA one-way. Todas variáveis da água apresentaram diferenças (p<0,05) entre os períodos de seca e chuva. No entanto, em relação à superfície e fundo somente fósforo total e sólidos totais solúveis diferiram (p<0,05) no período de seca e coliformes termotolerantes, pH e sólidos totais solúveis no período de chuva. Elevada densidade da comunidade zooplanctônica e fitoplanctônica tanto na superfície quanto no fundo do viveiro foram observados no período de chuva. Dentre as espécies zooplanctônicas, somente náuplios de Copepoda Argyrodiatomus furcatus foi abundante na superfície e fundo em todos os meses. Entretanto, para a comunidade do fitoplâncton, Euglena sp. foi a única espécie dominante ao longo do período de amostragem. A densidade de Cyanobacteria foi extremamente baixa, menor que 0,41% do total da comunidade fitoplanctônica e ausente na estação chuvosa. O índice de estado trófico modificado por Lamparelli foi o melhor índice para classificar sistemas artificiais rasos. No entanto, a avaliação baseada em espécies planctônicas deve ser reconsiderada, uma vez que espécies que indicam tanto o estado oligotrófico quanto o eutrófico ocorreram simultaneamente. A presente pesquisa indica que o fluxo contínuo de água de outros viveiros de peixes e a adição freqüente de nutrientes, juntamente com as condições climáticas, podem interferir na qualidade da água e promover o domínio de espécies comuns aos ambientes eutróficos.