Avaliação de sinergismo in vitro dos aminoglicosídeos em combinação com carbapenêmicos, ceftazidima/avibactam e polimixinas, em isolados de K. pneumoniae, A. baumannii e S. marcescens multidroga-resistentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Noguera, Saidy Liceth Vasconez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-30112023-135223/
Resumo: Introdução: Nos últimos anos e devido à pandemia de COVID-19, um número crescente de isolados de bactérias gram-negativas tem apresentado resistência aos antibióticos. O último relatório da OMS destaca esses microrganismos dentro da categoria crítica, o que representa um desafio importante no tratamento de infecções relacionadas à assistência à saúde, pela escassez de novas drogas terapêuticas. Estudos recentes demonstram que os tratamentos contra organismos multirresistentes possam ser mais eficazes em terapia combinada de antibióticos do que em monoterapia. Objetivo: Avaliar o sinergismo in vitro dos aminoglicosídeos com outros antimicrobianos em bactérias gram-negativas multirresistentes de linhagens distintas e com mecanismos de resistência variados. Materiais e Métodos: Foram estudados 72 gram-negativos multirresistentes: 40 Klebsiella pneumoniae, 20 Acinetobacter baumannii e 12 Serratia marcescens. Os microrganismos foram isolados de sangue, urina, tecido nervoso e aspirado traqueal e foram identificados no sistema automatizado Vitek-2, por PCR e por sequenciamento de genoma completo. Os métodos de disco aproximação e epsilométrico (E-test) foram utilizados para avaliar o sinergismo in vitro entre os aminoglicosídeos (amicacina e gentamicina) com colistina, meropenem e ceftazidima/avibactam. Resultados: Em 72,5% (29/40) dos isolados de K. pneumoniae se evidenciou efeito sinérgico na combinação entre amicacina com colistina. Nos isolados de A. baumannii foi observado maior efeito sinérgico em 55% (11/20) na combinação entre amicacina com ceftazidima/avibactam. Nos isolados de S. marcescens foi observado efeito sinérgico em 75,0% (9/12) na combinação de amicacina com meropenem. Entretanto, em 17% (2/12) das combinações de amicacina com colistina e 25% (3/12) entre gentamicina com colistina se evidenciou efeito de antagonismo. Houve concordâncias muito boa e boa nas combinações avaliadas de amicacina com colistina e com ceftazidima/avibactam, e amicacina com meropenem, respectivamente. Nos testes de associação entre o perfil de sensibilidade e o efeito de sinergismo se obteve associação estatisticamente significativa (p < 0,05), de acordo com cada combinação avaliada. Os isolados de K. pneumoniae e A. baumannii foram frequentemente carreadores de genes de resistência aos carbapenêmicos, como blaKPC-2 (86%), blaOXA-23 (80%), respectivamente, e outros mecanismos, como enzimas modificadoras de aminoglicosídeos (EMAs) (98%). A avaliação entre os genes de resistência aos aminoglicosídeos e -lactâmicos mostraram associação com níveis altos da concentração inibitória mínima (CIM) nos aminoglicosídeos. Além disso, a presença de algumas EMAs combinados com -lactamases foram uma causa significativa da perda de sinergismo na atividade in vitro. Conclusão: Em nosso estudo, os aminoglicosídeos demostraram maior efeito sinérgico combinado com colistina e ceftazidima/avibactam, o que suscita a possibilidade de ser um esquema a ser estudado clinicamente como uma alternativa à monoterapia em infecções por bactérias multirresistentes. Os métodos de sinergismo avaliados utilizando E-test e disco aproximação apresentaram ótimo desempenho e concordância, tornando-se os métodos mais eficazes e úteis na hora de analisar associação entre os antibióticos no laboratório de microbiologia convencional