Microrganismos gram-negativos multirresistentes: mecanismos de resistência e alternativas terapêuticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Perdigão Neto, Lauro Vieira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
MDR
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-03032022-103443/
Resumo: Gram negativos multirresistentes têm se tornado uma ameaça em todo o mundo. Os objetivos desse estudo foram apresentar o relato de caso de uma paciente colonizada por microrganismos distintos carreadores do gene mcr-1, descrever sensibilidade de microrganismos multirresistentes a alternativas terapêuticas e seus mecanismos de resistência e avaliar eficácia e segurança do uso de fosfomicina endovenosa. O estudo descreve o caso de uma paciente internada colonizada concomitantemente com E. coli ST744 e K. pneumoniae ST101, ambos portadores de mcr-1, presente em um plasmídeo de 33.304pb. Além disso, 50 microrganismos multirresistentes (14 A. baumannii, 1 P. aeruginosa, 8 S. marcescens e 27 K. pneumoniae), frequentemente produtores de carbapenemase blaKPC-2 (n=28; 56%), blaOXA-23 (n=11; 22%), e outros mecanismos, como enzimas modificadoras de aminoglicosídeos (n=49; 98%), foram avaliados quanto a opções terapêuticas a carbapenêmicos e polimixinas. Destacaram-se os desempenhos de tigeciclina (96% de sensibilidade); minociclina (100%) e doxiciclina (93%) em A. baumannii, ceftazidima/avibactam (96%) em K. pneumoniae e fosfomicina (88%) em S. marcescens. Por último, descrevemos uma série de 13 pacientes com infecções graves tratadas com fosfomicina. Oito pacientes (62%) foram curados. Sinergismo entre fosfomicina e meropenem foi descrito em nove (82%) isolados. Concluiu-se pela possível transmissão in vivo de mcr-1 em espécies distintas, que tigeciclina, minociclina, doxiciclina, ceftazidima/avibactam e fosfomicina podem ser úteis para tratamento de gram negativos multirresistentes, e que fosfomicina é um antimicrobiano seguro e eficaz, especialmente se combinada com o meropenem.