Capacidade para o Autocuidado de Idosos em Atendimento Ambulatorial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Benedetti, Natalia Minto Godinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-20052014-190528/
Resumo: Com o processo de transição demográfica vem ocorrendo o crescimento da população idosa e, consequentemente, mudanças no perfil epidemiológico, caracterizado pela alta prevalência das doenças crônicas não transmissíveis, que podem comprometer o desempenho para as atividades cotidianas, especialmente, a capacidade para o autocuidado, gerando prejuízos para a autonomia e dependência, fatores que refletem negativamente em todos os âmbitos da vida do idoso. Assim, os objetivos deste estudo foram: caracterizar os idosos em atendimento ambulatorial, segundo variáveis sociodemográficas, arranjo e suporte familiar; identificar a capacidade cognitiva; identificar a capacidade para o autocuidado e verificar a associação entre a capacidade para o autocuidado e as variáveis sociodemograficas e cognição. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, transversal e exploratório. Realizado com idosos atendidos em dois Ambulatórios de Geriatria, de um Hospital Geral Terciário, do interior paulista. Para a coleta de dados utilizou-se o Mini Exame do estado Mental, a Classificação de Idosos quanto a Capacidade para o Autocuidado e uma ficha de dados complementares. Participaram do estudo 117 idosos; média de idade 79,8 anos; 75,2% eram mulheres; 54,7% sabiam ler/escrever informalmente ou possuía o primário incompleto; 77,8% eram aposentados e 63,2% procedentes da cidade de Ribeirão Preto. Quanto ao arranjo familiar e potencial de rede de suporte 13,7% viviam com cônjuge/filhos(as) e 12,8% viviam sozinhos, 10,3% com o cônjuge e 8,5% com filhos(as)/netos(as)/genro/nora; 26,5% relacionavam-se com os filhos de uma a duas vezes por semana e 25,6% quase todos os dias. Em caso de doença 93,1% referiram possuir alguém que cuide, sendo que 71,8% indicaram as filhas; o número médio de doenças foi de 4,4; as mais prevalentes foram, hipertensão arterial (74,3%), dislipidemias (37,6%), osteoporose (35,9%), demências (34,2%) e diabetes mellitus (27,3%). Quanto a avaliação cognitiva, 79,5% possuíam déficit cognitivo. No que se refere ao autocuidado, 71,1% dos idosos do ambulatório I apresentaram dificuldades tanto para o desempenho das atividades básicas da vida diária (ABVDs) quanto para as atividades instrumentais da vida diária (AIVDs), no entanto, verificou-se maior necessidade de ajuda para a realização das AIVDs para os idosos de ambos os ambulatórios estudados. As ABVDs que os idosos mais requeriam ajuda foram, banho (45,3%), cuidados com pele/cabelos/unhas/dentes/face (47,0%) e vestuário (47,0%); as atividades mais compensadas com estratégias para minimizar as dificuldades foram, continência (32,5%) e locomoção (37,6%). Para as AIVDs, 55,5% necessitavam de ajuda para tomar medicamentos e 50,4% nas tarefas domésticas; somente 9,4% compensam a atividade de tomar medicação, ou seja, os participantes adotaram mais práticas de compensação para as ABVDs do que para as AIVDs. Conhecer a capacidade de autocuidado dos idosos possibilita aos profissionais de saúde, em especial ao terapeuta ocupacional, o planejamento de intervenções voltadas tanto para os idosos quanto para os cuidadores, com a finalidade de prevenir, melhorar ou recuperar práticas de autocuidado prejudicadas, otimizando a qualidade de vida de ambos