Relação entre as características laríngeas, fonoarticulatórias e de deglutição em indivíduos com doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Salem, Lorena Estefania Pachon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25143/tde-04102021-095620/
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é considerada a segunda doença neurodegenerativa mais comum nas pessoas com mais de 65 anos, tendo uma prevalência de 200 mil pessoas no Brasil. Estima-se que 90% dos pacientes com DP podem desenvolver distúrbios motores que afetam a fala, a voz e a deglutição, cujas relações entre si ainda não são totalmente compreendidas. Conhecer a relação entre tais manifestações poderá contribuir para os procedimentos terapêuticos desses pacientes. Assim, o objetivo deste trabalho é verificar as relações entre as características de deglutição, laríngeas e de fonoarticulação em indivíduos diagnosticados com Doença de Parkinson. Foram realizados, para este estudo prospectivo, videonasoendoscopia da laringe em fonação e em deglutição das consistências líquida, pudim e sólida, aplicação do Questionário de autoavaliação Vivendo com Disartria (VcD) e do Protocolo de Avaliação da Disartria (PAD) em 10 indivíduos com diagnóstico neurológico de DP, no momento on. Cada item foi avaliado por dois juízes experientes. Foram aplicados o teste exato de Fisher, o Coeficiente de Correlação de Spearman, o Mann-Whitney e o Kruskal-Wallis, adotando o nível de significância de 5%. Para análise da concordância intrajuízes foi aplicado o teste Kappa. Como resultados, observou-se que houve relação entre: a presença de assimetria de aritenoides e ausência de resíduos em valéculas para sólido (p=0,032) e da ausência de constrição mediana na vogal /i/ com piores pontuações nas escalas de resíduos em valéculas para líquido (p=0.056) e em faringe para líquido (p=0.056) e pudim (p=0.056). Observou-se também relação entre a presença de assimetria de pregas vocais e escores elevados, tanto para as seções 5 (p=0,019), 6 (p=0,038) e 7 (p=0.019) do VcD, como para o componente da ressonância do PAD (p=0,038). Foram evidenciadas correlações entre maiores escores na escala de resíduos em valéculas para sólido e melhores pontuações na seção 4 (p=0,033; r=-0,66), correlação entre maiores escores na escala de resíduos em seios piriformes para líquido e piores escores na seção 10 do VcD (p=0,054; r=0,61) e com pior pontuação no componente da fonação (p=0,048; r=0,62); correlação entre maiores escores na escala de resíduos em valéculas com líquido e melhor pontuação no componente da fonação (p=0,043; r=-0,63), maiores escores na escala de resíduos em seios piriformes para sólido com pior pontuação no componente da respiração (p=0,016; r=0,72), maiores resíduos em seios piriformes para pudim e pior avaliação geral da disartria (p=0,038; r=0.64). Conclui-se que as caraterísticas laríngeas, da deglutição e da fonoarticulação de indivíduos com DP possuem relação entre si, especialmente da presença das mudanças estruturais laríngeas com os mecanismos de segurança e eficiência na deglutição, bem como a relação entre estes últimos com melhores rendimentos na fala e na comunicação.