A teatralização retórica dos autos sacramentais mitológicos de Calderón

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Bazzoni, Claudio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-05072005-221158/
Resumo: A maioria dos estudos sobre os autos sacramentais realizados ao longo da história não considera as teorias retórico-poéticas que na época de Calderón forneciam as regras e os modelos para as práticas de representação. Assim, o valor e a significação do drama sacramental foi mudando de acordo com as concepções, condicionamentos e pressupostos dos leitores de cada momento da história. O objetivo desta pesquisa é reconstruir o sistema de representação que os autos sacramentais integravam. Os dramas sacramentais colocavam em cena a sacralidade da teologia-política cristã contra-reformista. Eram definidos por Calderón como \"sermones puestos en verso\" que apresentavam sempre o mesmo assunto: a Redenção e a Eucaristia. Por serem \"sermões\", é possível relacionar alguns dos elementos constitutivos do auto sacramental aos conceitos predicáveis, um modo agudo de apresentar a palavra divina que, segundo os tratados de eloqüência sacra, os pregadores do século XVII usavam para maravilhar o público. Os autos sacramentais são representações alegóricas. Para Calderón, assim como para Ficino, Pico de la Mirandola e outros humanistas, as verdades cristãs estavam presentes em todas as tradições e em todos os tempos. Em El divino Orfeo e Andrómeda y Perseo, dois autos sacramentais mitológicos, o autor madrileno desloca para textos de ficção os princípios interpretativos dos Padres da Igreja medieval, fazendo com que mitos cristianizados, decorosamente, ensinem ao público a ética e a política fundamentadas nas autoridades e deleitem-no com a engenhosidade das metáforas