Avaliação do índice de massa corpórea sobre desfechos no transplante renal com doadores falecidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza Filho, Sergio Franca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-06052022-155047/
Resumo: Introdução: O transplante renal está consolidado no cenário atual como terapia renal substitutiva eficiente. A Doença Renal Crônica (DRC) apresenta taxas crescentes nos últimos anos, acompanhada da elevação na incidência de suas principais etiologias: Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Paralelamente, a obesidade apresenta ascensão neste cenário, já sendo considerada epidemia global. Assim, é frequente o número, cada vez maior, de obesos com DRC terminal e necessidade de terapia renal substitutiva. Portanto, testemunha-se aumento de candidatos obesos ao transplante renal, supostamente associados ao maior índice de complicações pós-operatórias e possível pior desfecho. No entanto, o tema ainda é controverso na literatura. Objetivos: Avaliar a incidência de complicações da ferida operatória e seus desfechos, mais notadamente a sobrevida do enxerto, no transplantado renal com índice de massa corporal (IMC) maior que 25 kg/m2 (sobrepeso/obeso) no primeiro ano pós-transplante. Materiais e Métodos: Estudo observacional, tipo coorte retrospectivo, de 218 pacientes adultos transplantados renais exclusivos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Resultados: A maioria dos pacientes era caucasiana (72,4%) e do sexo masculino (62,8%). A média da idade dos receptores foi de 50,78 ±12,21 anos. A HAS estava presente em 187 (85.7%) e o DM em 50 (22,9%) dos transplantados. A média do IMC foi 26,6 kg/m2 (±4,51) e do Tempo de Isquemia Fria (TIF) foi de 25.81 horas (±4,51). Analisando a sobrevida do enxerto no primeiro ano pós-transplante, tanto a obesidade (IMC>30) como o sobrepeso (IMC>25) influenciaram negativamente, com HR 2.183 (IC95%, p=0.046, 1.01-4.7) e HR 1.798 (IC 95%, p=0.045, 1.01-3.19), respectivamente. Não foi identificada maior taxa de complicação da ferida operatória nos grupos sobrepeso e obesidade. No entanto, a complicação na ferida operatória está relacionada à menor sobrevida do enxerto no primeiro ano, com 2.8 vezes maior risco de enxerto não funcionante no grupo de feridas complicadas. Conclusões: Observou-se maior incidência de enxerto não funcionante ao final do primeiro ano do transplante em pacientes com sobrepeso/obesidade. Apesar de a obesidade não ser critério para contraindicar transplante renal nesses pacientes, orientações e medidas de perda ponderal pré-operatória podem contribuir para a sobrevida do enxerto.