Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Martins, Gustavo Visconde |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17155/tde-15022024-161916/
|
Resumo: |
Introdução: O transplante renal é a terapia de escolha para os doentes renais crônicos, no entanto, devido à complexidade e a natureza multidisciplinar do transplante renal, diversos aspectos críticos podem exercer influência sobre a qualidade desse processo. A identificação e a análise desses aspectos assumem papel fundamental, pois permitem o estabelecimento de diretrizes que visam aprimorar o processo do transplante renal. Objetivo: Apontar e analisar entraves no processo do transplante renal com doadores falecidos e sugerir possíveis diretrizes que contribuam para a melhoria desse processo. Método: Trata-se de um estudo observacional, retrospectivo, analisando dados de 263 transplantados renais da Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, no período de janeiro de 2015 a fevereiro de 2020. Resultados: A taxa de efetivação das notificações na Organização de Procura de Órgãos (OPO) de Ribeirão Preto no período do estudo foi de 32,1%. A principal causa da não efetivação das notificações foi a recusa familiar, entretanto, os motivos subjacentes à recusa não estavam disponíveis. Nos receptores, a média de idade foi de 48,06 anos com predominância do sexo masculino (63,5%), a sensibilização prévia com anticorpos anti-HLA totais foi de 30,4%, a pesquisa de anticorpos específicos contra o doador foi observada em 11,8% e o tempo de espera em lista foi em média cerca de dois anos. Os doadores apresentaram média de idade de 40,63 anos, com discreta predominância do sexo masculino (53,6%), a incidência de hipertensão arterial foi de 30,4%, diabetes mellitus de 4,9%, parada cardiorrespiratória pré-doação de 12%, critério expandido de 25,1% e tempo de isquemia fria > 24horas de 61,6%. Nas avalições de desfecho no primeiro ano do transplante: i) a média de creatinina sérica do receptor foi de 2,02 mg/dL, ii) cerca de 88% dos receptores apresentaram função tardia do enxerto, iii) a sobrevida do enxerto foi de 86,7% e iv) a sobrevida do receptor foi de 90,9%. Na análise das variáveis versus desfecho, os pacientes sensibilizados (anti-HLA) foram relacionados a níveis maiores de creatinina sérica (p=0,01). A maior compatibilidade nos grupos HLA-A,B e DR (p= 0,02) e no grupo HLA-DR (p<0,01) foram relacionadas a uma maior sobrevida do receptor. Conclusão: Os principais entraves foram associados à baixa taxa de efetivação das doações de órgãos na OPO de Ribeirão Preto, à necessidade de reduzir o tempo de isquemia fria, à sensibilização anti-HLA e à necessidade de ampliar a tipificação de outros genes HLA nos doadores e receptores. Acerca desses desafios propomos as seguintes melhorias: inclusão de dados sobre os motivos da não efetivação da doação nos formulários da OPO, a utilização de sangue periférico para a prova cruzada, a adoção de protocolos para remoção de anticorpos anti-HLA e a inclusão da tipificação HLA-C e HLA-DP para os doadores e receptores. |