Efeitos do enriquecimento ambiental na neuropatia periférica induzida em ratos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vieira, Louise Faggionato Kimura
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42136/tde-16102018-120421/
Resumo: O enriquecimento ambiental (EA) é capaz de alterar a percepção a estímulos nociceptivos, bem como de aumentar a resposta analgésica induzida por opioides. Considerando que a dor neuropática é um grave problema de saúde pública e o tratamento para esta condição ainda é insatisfatório e acarreta efeitos adversos severos, os objetivos deste trabalho foram avaliar a interferência do bem-estar animal na sensibilidade dolorosa de ratos frente a diferentes estímulos nociceptivos e investigar possíveis mecanismos envolvidos neste efeito. Os animais foram submetidos à avaliação da ansiedade e da sensibilidade dolorosa, em modelo de neuropática, frente a estímulos nociceptivos mecânicos e térmicos. Foi verificado que um protocolo de EA elaborado e iniciado desde o nascimento foi capaz de reverter totalmente a dor neuropática de animais submetidos à constrição crônica do nervo isquiático (CCI). Este efeito foi completamente abolido quando os animais enriquecidos foram tratados com naloxona, um antagonista opioide não seletivo. Análises de Western Blot não mostraram diferenças na expressão de receptores opioides em regiões relacionadas ao processamento e controle da dor, porém os níveis circulantes de beta-endorfina e met-encefalina aumentaram na presença de dor crônica nos animais enriquecidos. Os níveis séricos de corticosterona também se apresentaram aumentados nos animais com EA, independentemente da neuropatia, mas o tratamento com mifepristona, um antagonista de receptores de glicocorticoides, não alterou a analgesia dos animais operados. Ainda, o EA também reduziu a imunorreatividade para serotonina na medula espinal de animais com CCI. Além do efeito analgésico, o EA também reduziu o marcador de lesão neuronal ATF-3 no gânglio da raiz dorsal e, no local da constrição, reduziu a degeneração neuronal característica do modelo, induzindo ainda, a presença predominantemente de macrófagos do tipo M2. Este trabalho reforça a importância do bem-estar na prevenção do desenvolvimento da dor neuropática e mostra uma abordagem não farmacológica que pode aumentar a resiliência de animais contra estímulos nocivos.