Avaliação da eficácia e segurança do emprego do tramadol para analgesia em cães portadores de dor oncológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Flor, Patrícia Bonifacio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-11072007-140524/
Resumo: O câncer é a maior causa de morbidade e mortalidade em animais idosos de companhia, sendo a dor o principal sintoma relatado no homem. Objetivou-se, neste estudo, avaliar o emprego do tramadol para analgesia em cães com dor oncológica. Foram avaliados cães com câncer no período de agosto de 2004 a março de 2006, encaminhados ao Grupo de Dor do Serviço de Anestesia. Incluiu-se no estudo cães que permaneceram no mínimo 15 dias em tratamento e que, no momento de instituição da terapêutica com o tramadol, apresentaram dor igual ou maior que 4, de acordo com Escala Numérica Verbal (ENV) quando já medicados com dipirona associada ou não a antiinflamatórios não esteroidais ou esteroidais há mais de 10 (dez) dias. Avaliou-se a dor com a ENV e o escore de qualidade de vida (QV) através de escala validada para cães (Yazbek; Fantoni, 2000). Foram avaliados para o estudo 130 animais com câncer, 53 machos e 77 fêmeas, dos quais 37 obedeceram aos critérios de inclusão para análise da terapia analgésica. De acordo com a avaliação dos proprietários, a média de dor dos animais avaliados pela da ENV no momento de instituição da terapêutica com o tramadol foi de 6,11 ± 1,81 e o escore de qualidade de vida foi 21,95 ± 5,96. No primeiro retomo velificou-se melhora da dor em 31 (83,78%) animais. Neste momento foi realizada adequação da dose do tramadol, considerando-se a intensidade da dor em 20 (54,05%) dos 37 cães era superior a 4. No segundo retomo 34 (91,89%) dos animais apresentaram alívio da dor em relação à consulta inicial, sendo que 28 (75,68%) destes obtiveram ENV inferior a 4. A dose inicial preconizada do tramadol foi de 2mg/Kg a cada 8 horas, por via oral, sendo esta dose reajustada no retomo caso o valor de ENV fosse maior que 4. Classificando a eficácia do tratamento realizado com o tramadol em três categorias: alívio da dor (ENVinicial > ENVfinal e ENVfinal < 4), melhora insatisfatória (ENVinicial > ENVfinal e ENVfinal > 4) e ausência de melhora (ENVinicial &le; ENVfinal) pode-se afirmar que no primeiro retomo 83,78% e 78,28% dos pacientes, na opinião de proprietário e pesquisador respectivamente, experimentaram alguma melhora da dor. Seguindo esta mesma classificação observou-se que, no segundo retomo após acerto da dose do tramadol, o alívio da dor foi obtido em 28 (75,68%) animais na opinião de proprietário e pesquisador e melhora insatisfatória em 6 (16,21%) e 7 (18,91%) pacientes, de acordo com o proprietário e pesquisador respectivamente. Quando comparados os grupos separadamente verifica-se que o grupo DAINET (dipirona, AINE, tramadol) apresentou significante alívio da dor em relação aos primeiro retorno e a avaliação final, já os grupos DT (dipirona, tramadol) e DET (dipirona, esteróide, tramadol) apresentaram alívio da dor apenas em relação a avaliação final. Com base no alívio da dor e no aumento da qualidade de vida, pode-se concluir que o tramadol foi eficiente no tratamento da dor de grau moderada à intensa em cães portadores de câncer.