Comparação da eficácia analgésica da morfina versus metadona, associadas à dexmedetomidina, em gatas submetidas à ovariohisterectomia : estudo clínico, prospectivo e randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Correia, Bárbara Silva
Orientador(a): Monteiro, Eduardo Raposo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/276091
Resumo: Objetivo: O objetivo deste estudo foi comparar a resposta nociceptiva trans-operatória e analgesia pós-operatória em gatas premedicadas com dexmedetomidina isoladamente, associada à metadona ou morfina, e submetidas à ovariohisterectomia (OH) eletiva. Materiais e métodos: Esse foi um estudo clínico, prospectivo, randomizado e cego. As gatas foram distribuídas aleatoriamente em três grupos: DEX (dexmedetomidina 7 μg/kg, n = 12), DEXMET (dexmedetomidina 7 μg/kg associada à metadona 0,3 mg/kg, , n = 13) e DEXMOR (dexmedetomidina 7 μg/kg associada à morfina 0,3 mg/kg, , n = 14), administrado via intramuscular como medicação pré-anestésica (MPA). Foi administrado meloxicam 0,1 mg/kg via subcutânea no período pré-operatório em todos os animais. Foram registrados dose de propofol, tempos perioperatórios, variáveis cardiovasculares, respiratórias e fração expirada de sevofluorano (ETsevo) em diferentes momentos cirúrgicos. No período pós-operatório, foram avaliados os escores de dor utilizando as escalas Glasgow Feline Composite Measure Pain Scale (Glasgow CMPS) e Feline Grimace Scale (FGS) e os escores de sedação. Os registros foram realizados no momento basal e com 1, 2, 3, 4, 5 e 6 horas após a extubação, e também registrado o requerimento de resgates analgésicos, utilizado como critério pontuação ≥ 5 na escala Glasgow CMPS. Resultados: Seis gatas do grupo DEX necessitaram de resgate analgésico (50%), 3 no grupo DEXMET (23%) e 4 no grupo DEXMOR (29%). Após 1 hora de pós-operatório, os escore de dor (mediana [intervalo interquartil]) pelas escalas Glasgow CMPS e FGS foram significativamente menores no grupo DEXMET (Glasgow, 1 [0-3]; FGS, 2 [1-3]) comparado ao grupo DEX (Glasgow, 4 [1-9]; FGS, 5 [2-7]), mas não em relação ao DEXMOR (Glasgow, 3 [1-4]; FGS, 4 [2-5]). Após 3 horas de pós-operatório, o escore FGS do grupo DEXMET (1 [1-2]) foi significativamente menor comparado aos grupos DEX (2 [2-3]) e DEXMOR (3 [2-3]). Os valores de pressão arterial sistólica (PAS) foram significativamente menores no grupo DEXMET comparado ao grupo DEX em T0 (91 ± 14 versus 106 ± 12) e T1 (87 ± 9 versus 104 ± 10), e significativamente menores no grupo DEXMOR comparado a o grupo DEX em T4 (115 ± 20 versus 134 ± 16) e T5 (95 ± 15 versus 114 ± 18). Os valores de ETsevo (%) foram significativamente menores no grupo DEXMET comparado ao grupo DEX em T1 (1,7 ± 0,4 versus 2,0 ± 0,3) ,T2 (1,7 ± 0,4 versus 2,1 ± 0,4) T3 (1,8 ± 0,4 versus 2,2 ± 0,3), T4 (1,9 ± 0,3 versus 2,2 ± 0,3) e T5 (1,6 ± 0,4 versus 2,0 ± 0,3), e significativamente menor no grupo DEXMOR comparado ao grupo DEX em T5 (1,7 ± 0,5 versus 2,0 ± 0,3). O grupo DEXMET apresentou tempo significativamente menor até posição quadrupedal (8 [4-13] minutos), comparado ao grupo DEXMOR (17 [9-43] minutos) e DEX (21 [17-27] minutos). Conclusão: A associação de opioides à dexmedetomidina está associada a menor resposta cardiovascular ao estímulo nociceptivo e menor requerimento de anestésico inalatório quando comparados a utilização de dexmedetomidina isoladamente. O protocolo DEXMET está associado à recuperação anestésica mais rápida, menores escores de dor nas primeiras horas de pós-operatório e tendência a menor requerimento de resgate analgésico comparado ao grupo DEX, sugerindo benefícios da utilização da metadona em protocolos anestésicos para gatas submetidas à OH.