Muito além da cor da pele: psicologia, saúde mental e relações étnico-raciais em serviços públicos de saúde do município de Suzano, São Paulo 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Santana, Monica Feitosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
SUS
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-15092017-122533/
Resumo: As diversas formas de ciência e profissão da Psicologia brasileira se inserem em diversos campos de políticas públicas nas últimas décadas, dentre elas o Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de coadunar em sua gênese com a afirmação hegemônica de valorizar a normatização/adaptação de pessoas aos padrões socialmente esperados (Dimenstein, 2000), pesquisas e práticas profissionais são constantemente revistas em novos contextos políticos, econômicos, sociais e culturais no país (Costa-Rosa, Yasui, & Luzio, 2003). A Psicologia constitui campo fértil de produções que podem compactuar ou romper com tradições do status quo (Macedo & Dimenstein, 2013; Pitta, 1996). De forma que este estudo qualitativo-descritivo e exploratório investiga como profissionais inseridos nos serviços públicos na área da saúde mental no município de Suzano, SP lidam com o tema das relações étnico- raciais em seu cotidiano de trabalho. Apesar do campo de pesquisa estruturado no Brasil sobre relações étnico-raciais na Psicologia científica (Santos, Schucman e Martins, 2012), esta pesquisa foi realizada buscando elucidar contingências que originam a ausência do tema na atuação profissional nos serviços públicos de saúde mental. Utilizando-se de entrevistas semi dirigidas tratadas por meio da técnica de análise de conteúdo (Franco, 2012), os resultados derivaram em quatro categorias: 01) Trajetória e identidade profissional: concepções; 02) Formação no tema das relações étnico-raciais e dificuldades na definição das relações étnico-raciais; 03) Concepções sobre relações étnico-raciais, preconceito e racismo; 04) Cenas do cotidiano: preconceito e discriminação na atuação em saúde mental e intervenção no tema. Em síntese, os resultados mostram a relevância da revisão paradigmática da Psicologia dentre os desafios para atuação na América Latina e a ausência de abordagens no que diz respeito às relações étnico-raciais na graduação, de modo que este pudesse se tornar um marcador no processo de análise das desigualdades. Foram ainda apresentadas evidências de ações de preconceito étnico-racial com profissionais de saúde cuja cor da pele é negra. Não há narrativas de intervenções realizadas no âmbito institucional nos serviços de saúde em Suzano para diminuir as práticas de preconceito e discriminação, do mesmo modo que não há narrativas que mostrassem o uso de subsídios teóricos e metodológicos científicos da Psicologia como estratégia de prevenção de práticas de preconceito étnico- racial