Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Cardinelli, Camila de Siqueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-29102019-110632/
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Resumo: |
A cirurgia bariátrica (CB) é um método efetivo para promover perda de peso sustentável. A Derivação Gástrica em Y de Roux (DGYR) é uma modalidade de CB muito indicada para obesos graves, especialmente devido ao seu impacto positivo sobre alterações metabólicas como o Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Apesar das altas taxas de melhora ou remissão, os mecanismos metabólicos pelos quais a DGYR influencia a glicemia ainda não são completamente conhecidos. Nesse sentido, os ácidos biliares (ABs) têm sido apontados como fatores determinantes, especialmente devido à sua potente ação no metabolismo sistêmico. Ao atuar como reguladores metabólicos, os ABs mediam a sinalização de diversos processos de utilização de substratos energéticos em diferentes órgãos. Assim, o aumento dos níveis plasmáticos de ABs - frequentemente observado após a DGYR - pode promover alterações metabólicas importantes e contribuir para a promoção da homeostase glicêmica. O aumento plasmático de ABs é acompanhado da alteração da excreção fecal, já previamente demonstrada em estudos experimentais. Atualmente, pouco se sabe sobre a metabolômica fecal e o perfil de ABs de seres humanos após a DGYR, bem como a sua influência na remissão pós-operatória do DM2. Nossa hipótese considera que a DGYR altera o perfil de metabólitos e de ABs fecais de mulheres obesas portadoras de DM2 e que isso pode estar relacionado com a melhora do DM2 pós-operatório. Recrutamos 20 mulheres obesas portadoras de DM2, candidatas à DGYR, em atendimento no Departamento de Cirurgia Digestiva do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP. Foram coletadas amostras de fezes no pré e pós-operatórios de 3 e 12 meses. As pacientes foram classificadas em responsivas (R) e não responsivas (NR) à remissão do DM2, de acordo com os critérios da American Diabetes Association (ADA). Variáveis clínicas e bioquímicas também foram avaliadas. Amostras fecais foram submetidas à: (1) análise metabolômica untargeted pela técnica de espectrometria de massas acoplada à cromatografia líquida (LC-MS) (n=10), para identificar o perfil metabolômico global; e (2) análise metabolômica targeted para quantificação de ABs, realizada pela empresa Biocrates® (Innsbruck, Áustria) por LC-MS tandem. O software MetIDQTM foi aplicado para a exportação de dados. As análises estatísticas incluíram análise de componentes principais supervisionada PLS-DA, com auxílio do software Pirouette 3:11 e da plataforma on-line MetaboAnalyst 3.0. Diferentes métodos estatísticos foram aplicados: ANOVA, fold change, teste t de student, Wilcoxon e Mann-Whitney, para identificar diferenças nas concentrações de ABs fecais antes e após a DGYR. Os resultados indicam que a DGYR promoveu melhora nas variáveis clínicas e bioquímicas em todas as pacientes avaliadas, apesar de níveis de glicemia e hemoglobina glicosilada (HbA1c) terem sido significativamente menores no grupo R. Identificamos alterações do perfil metabolômico global e redução significativa de 10 ABs fecais após a DGYR (p <= 0,05). As mudanças em ABs fecais nos períodos pós-operatórios foram diferentes entre pacientes R e NR, com redução significativa em mais subfrações no grupo R, acompanhada de diferença significativa no comportamento temporal do ácido cólico (CA) e ácido quenodeoxicólico (CDCA). Isso também refletiu em mudanças na razão CA/CDCA e nos níveis de ácido tauroursodesoxicólico (TUDCA) entre os grupos ( <=0,05 ). Pacientes submetidas à colecistectomia (COLE) apresentaram um perfil de ABs distinto do perfil das pacientes que não realizaram colecistectomia (NOCOLE). Concluímos que a DGYR promove alterações metabolômicas fecais com redução significativa na concentração de ABs. Essa redução foi diferente entre as pacientes R e NR e entre as pacientes COLE e NOCOLE |