Avaliação de miRNAs circulantes e sua associação com remissão de diabetes mellitus tipo 2 em mulheres com obesidade submetidas à derivação gástrica em Y de Roux

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Martinez, Ana Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-19062024-150955/
Resumo: O presente estudo avaliou micro-ácidos ribonucleicos (miRNAs) circulantes em mulheres obesas submetidas à derivação gástrica em Y de Roux (DGYR) e sua associação com remissão pós-operatória de diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Foram incluídas 28 mulheres adultas (18-60 anos), obesas (IMC>35 Kg/m2) e diabéticas (glicemia de jejum>126mg/dL, HbcA1>6.5%), submetidas à DGYR. Amostras plasmáticas foram coletadas antes e 3 meses pós-DGYR, para a análise da expressão de miRNAs. Um ano pós-DGYR as pacientes foram classificadas como responsivas (R; n=18) e não responsivas (NR; n=10) à remissão completa de DM2, de acordo com o critério ADA. O mesmo critério foi aplicado no pós-operatório de 5 anos, para classificação de pacientes R de acordo com a ausência (R-sr; n=10) ou presença (R-cr n=4) de recidiva de DM2. A expressão diferencial de miRNAs foi analisada entre períodos e grupos de pacientes (Wilcoxon e teste-T pareado) em duas fases: 1. rastreamento, desenvolvida em 17 das pacientes, utilizando-se o sistema TaqMan® Low Density Array (TLDA); 2. validação, desenvolvida nas 17 pacientes iniciais (interna) e nas demais 11 pacientes (externa), por RT-qPCR. Os miRNAs diferencialmente expressos foram caracterizados funcionalmente, com uso de diferentes plataformas analíticas (miRBase, String e Gene Ontology). A seleção e validação de miRNAs diferencialmente expressos envolveu a análise de seu desempenho em identificar pacientes R e NR (curva ROC) e sua associação com marcadores diretos e indiretos da homeostase glicêmica (correlações de Person e Sperman), nos períodos pré-operatório e pós-operatórios de 3, 12 e 60 meses. Em comparação ao período pré-operatório, 3 meses após DGYR observou-se menor expressão do miRNA 181a-5p em pacientes R (p=0,025). Comparando-se pontualmente pacientes R e NR, observaram-se expressões diferentes de miRNAs antes e 3 meses após DGYR, o que incluiu menores níveis pré-operatórios de 144-3p em pacientes R (p<0,05). Os miRNAs diferencialmente expressos entre R e NR exibiram potencial de regular funções moleculares e processos biológicos envolvidos no metabolismo lipídico e glicêmico. Parte desses miRNAs também apresentou boa acurácia e/ou correlações significativas com marcadores bioquímicos da homeostase glicêmica. Com base nessas observações, foram selecionados para validação os miRNAs 29b-3p, 24-3p, 144-3p, 126-3p, 181a-5p. Em pacientes R, a diminuição pós-operatória de miRNA 181-5p (vs. pré-operatório) e a menor expressão pré-operatória de miRNA 144-3p (vs. NR) foram validadas qualitativamente e quantitativamente (p<0,05). Em adição, comparando-se pacientes R-sr e R-cr observou-se uma maior expressão pré-operatória de miRNA 144-3p em R-cr. Os demais miRNAs foram validados apenas qualitativamente nesses períodos. Em pacientes R, miRNA 181a-5p e miRNA 144-3p apresentaram relação com marcadores bioquímicos e moleculares da homeostase lipídica. O miRNA 144-3p mostrou boa acurácia para predizer o tipo de resposta glicêmica alcançado no pós-operatório (0,771, p = 0,023). Em conclusão, mulheres submetidas à DGYR com remissão de DM2 apresentaram perfis de miRNA 181a-5p e miRNA 144-3p diferentes de mulheres que não alcançaram esse benefício metabólico, que se associaram com o metabolismo lipídico. Particularmente, miRNA 144-3p, diferencialmente expresso no pré-operatório, comportou-se como potencial biomarcador de remissão de DM2 em mulheres obesas candidatas à DGYR