Alterações na expressão gênica do tecido gástrico e intestinal de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2 submetidos à derivação gástrica em Y de Roux 

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Kobal, Priscila Sala
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-05062017-164430/
Resumo: Em pacientes obesos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2), o controle glicêmico pode ser observado em poucos dias após derivação gástrica em Y de Roux (DGYR), antes de ocorrer significativa perda de peso. Dentre os mecanismos propostos para explicar esse benefício metabólico, aqueles que envolvem adaptações gastrintestinais (GI) em resposta às mudanças anatômicas cirúrgicas são os mais consistentes. O presente estudo avaliou a resposta global do transcriptoma gastrintestinal à DGYR em pacientes obesos responsivos à remissão pós-operatória de DM2 e sua correlação com marcadores de homeostase glicêmica. Vinte pacientes adultas obesas com DM2 e candidatas à DGYR foram incluídas, de acordo com critérios específicos. Todas foram submetidas à técnica de DGYR, por laparotomia padronizada e acompanhadas até um ano após DGYR, para classificação dos pacientes responsivos (R) e não responsivos (NR) à remissão de DM2, de acordo com o critério da American Diabetes Association (ADA). Variáveis clínicas e bioquímicas envolvidas na homeostase glicêmica foram avaliadas no pré-operatório e, mensalmente, até 90 dias pós-operatórios. Análises transcriptômicas gastrintestinais foram desenvolvidas por técnica de microarray (Genechip 1.0 ST Array; AffymetrixTM), a partir de RNA obtido de biópsias de estômago corpo alto (ECA), estômago corpo médio (ECM), duodeno, jejuno e íleo, coletadas por enteroscopia de duplo balão (EDB), no período pré-operatório e após 90 dias da DGYR. O método não paramétrico Rank Products (RP) foi utilizado para a seleção dos genes diferencialmente expressos (DEGs). Os DEGs identificados por RP foram submetidos ao programa Ingenuity Pathways Analysis (IPA), para a seleção de genes dentro das seguintes funções relacionadas à fisiopatologia do DM2: 1) Metabolismo dos Carboidratos; 2) Metabolismo Lipídico; 3) Metabolismo dos Aminoácidos, 4) Doenças Metabólicas e 5) Desordem do Sistema Endócrino. DEGs relacionados a essas cinco funções foram submetidos a análises de agrupamento hierárquico de Person, classificação funcional de ontologia gênica (GOslim ontology), análise de enriquecimento funcional (software DAVID, com uso de banco de dados KEGG e Biocarta) e de vias canônicas pelo software IPA. Essas análises foram feitas separadamente em pacientes R e NR. DEGs de interesse foram validados por RT-qPCR usando o sistema de ensaio Taqman® e equipamento 7500 FastTM (Life Technologies). O coeficiente de correlação de Spearman correlacionou variáveis clínicas e bioquímicas com variáveis transcriptômicas. Das 20 pacientes estudadas, 12 foram classificadas como R e 8 como NR. Nas 5 funções de interesse, o número de DEGs encontrado no grupo R foi: 99 (ECA), 26 (ECM), 62 (duodeno), 241 (jejuno) e 63 (íleo). Dentre os DEGs encontrados no duodeno, 8 apresentaram correlação positiva forte a muito forte (coeficiente de Spearman > 0,7) com alterações das concentrações sistêmicas de glicemia ou hemoglobina glicada. Destes, LDLR, MMP1, NPC1L1 e SLC2A5 foram submetidos à análise de RT-qPCR e validados pelo método. De acordo com as análises de enriquecimento funcional e vias canônicas entre grupos (R e NR), apenas a via LXR/RXR, representativa de DEGs encontrados no duodeno de pacientes R, apresentou associação com remissão do DM2. Nos demais segmentos gastrintestinais, essas análises não identificaram vias representativas relacionadas com DM2, embora alguns de seus DEGs estivessem potencialmente envolvidos com marcadores da homeostase glicêmica. Em conclusão, DGYR induziu modificações transcriptômicas gastrintestinais em pacientes obesos com remissão pós-operatória de DM2 e algumas delas foram associadas com marcadores de homeostase glicêmica, principalmente por meio de alterações na via LXR no duodeno