Representações sociais de um grupo de nutrizes sobre o apoio no processo de amamentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Müller, Fabiana Swain
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7132/tde-15052008-140932/
Resumo: Os baixos índices de amamentação exclusiva sugerem a falta de estrutura que forneça apoio efetivo para que a mulher tenha condições de escolher e decidir em relação ao início e a duração da amamentação. Em nossa percepção, há uma dissonância entre o apoio instituído e o apoio esperado pela mulher. Sendo assim, questiona-se o que é o apoio para amamentar, como a mulher/nutriz interpreta as ações de apoio de sua rede social e quais são os elementos mais relevantes para ela. Consideramos que a definição do apoio à amamentação carece de clareza e consenso. Questionamos se o apoio à mulher no processo de amamentação pode ser considerado um fenômeno socioculturalmente construído e sua natureza prática influenciada pelos mecanismos de comunicação existentes na sociedade. Desta forma, elegemos os pressupostos das Representações Sociais para nos levar a conhecer as representações de um grupo de nutrizes sobre apoio para amamentar e identificar as ações de apoio do entorno social que são recebidas e percebidas por elas no processo de amamentação. O local do estudo foi o Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa (CSE Butantã-SP). Participaram 14 mulheres, em processo de amamentação com filhos até a idade de seis meses, abordadas no setor de pediatria e puericultura do referido serviço. Os dados foram obtidos por meio de entrevista e organizados segundo a proposta do Discurso do Sujeito Coletivo, o que propiciou a construção de seis discursos que representam as percepções das mulheres e versam sobre as suas experiências de amamentação, com enfoque para o apoio recebido e percebido nos contextos hospitalar, familiar e profissional. Dos resultados do estudo, apreende-se que o apoio é um fenômeno de grande amplitude constituído por aspectos da promoção, da proteção e do incentivo ao aleitamento materno. Em relação às ações de apoio para amamentar, segundo as perspectivas das mulheres, é possível compreender o apoio diante de três dimensões: instrumental, afetiva e estrutural. A dimensão instrumental, no contexto hospitalar, engloba elementos de ordem prática e informacional do manejo da amamentação. No contexto familiar, a dimensão instrumental relaciona-se principalmente ao auxílio financeiro e ajuda nas tarefas domésticas, permitindo à mulher, dedicar mais tempo ao bebê e a amamentação. A dimensão afetiva engloba elementos das relações interpessoais, no contexto público e privado, enfatizando a maneira como o apoio é oferecido. A dimensão estrutural diz respeito às ações do contexto social no tocante ao trabalho assalariado. Não há reconhecimento de apoio para amamentar oferecido pela sociedade, mas sim obstáculos a serem transpostos para o reconhecimento no ambiente profissional, como mulheres trabalhadoras e mães. As necessidades expressas pelas mulheres representam um desafio de revisão das práticas a todos os envolvidos na promoção, proteção e apoio à amamentação; portanto, os serviços de saúde deveriam prover ações baseadas na percepção das mulheres na busca de uma parceria com sua rede familiar e também integração com os aparelhos sociais disponíveis