Estudo de coorte retrospectivo: impacto do tabagismo nos eventos cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio; edema agudo de pulmão, arritmia com instabilidade hemodinâmica e morte cardíaca) no perioperatório de operações não cardíacas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Sakuma, Luciane Midory
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-25062009-100641/
Resumo: I NTRODUÇÃO: Apesar da importância do tabagismo no processo de doença cardiovascular da sociedade moderna, os estudos de avaliação de risco cardíaco pré-operatório não têm demonstrado a associação entre o hábito de fumar (como variável independente) e os eventos cardíacos pós-operatórios. Nestas pesquisas, as variáveis independentes continuam sendo infarto do miocárdio prévio, insuficiência renal crônica, diabetes, angina, idade, dentre outras. OBJETIVO: Avaliar o papel do tabagismo nas complicações cardíacas pós-operatórias de operações não cardíacas. MÉTODOS: Trata-se de uma coorte retrospectiva de um Hospital Geral, onde foram incluídos 1072 pacientes. Estes foram estratificados em Tabagistas Atuais (n=265), Ex- Tabagistas (n=335) e Não Tabagistas (n=472). Os três grupos foram analisados para os desfechos cardiovasculares combinados no pós-operatório (infarto, edema pulmonar, arritmia com instabilidade hemodinâmica, angina instável; morte cardíaca) e mortalidade em 30 dias. Foram usados o teste quiquadrado e Regressão logística, considerando-se p<0,05 como significante. RESULTADOS: Os desfechos cardiovasculares combinados no pós-operatório e a mortalidade em 30 dias foram 71 (6,6%) e 34 (3,2%), respectivamente. Os Tabagistas Atuais e Pregressos apresentaram 53 (8,8%) eventos cardíacos combinados enquanto que os Não Tabagistas 18 (3,8%), p=0,002. Em relação à mortalidade, Tabagistas Atuais e Pregressos apresentaram 26 (4,3%) enquanto que os Não Tabagistas 8 (1,7%), p=0,024. Na análise multivariada, faixa etária, cirurgia de emergência, insuficiência cardíaca, sobrecarga ventricular esquerda, revascularização do miocárdio e extra-sístole ventricular associaram-se independentemente aos eventos cardiovasculares perioperatórios enquanto que faixa etária, cirurgia de emergência, insuficiência cardíaca, alterações laboratoriais, história de hepatopatia, operações por neoplasia e tabagismo se associaram a mortalidade em 30 dias após a operação de alto risco. CONCLUSÃO: Os Tabagistas atuais e pregressos apresentaram mais eventos cardíacos e mortalidade do que os Não tabagistas. Entre as variáveis independentes associadas a eventos cardíacos e mortalidade em 30 dias, o tabagismo Atual foi á única variável modificável detectada.