Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Resende, Adeline Mariano Silva de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/17248
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Resumo: |
Introdução: A não ingestão alimentar no período que antecede uma cirurgia é uma prática hospitalar rotineira e necessária, porém há desafios na sua aplicação, seguindo as indicações dos protocolos multimodais. A determinação do tempo de jejum pré operatório requer um olhar atento aos possíveis efeitos clínicos causados no metabolismo junto ao ato cirúrgico. A evolução clínica no pós-operatório, associada às intervenções perioperatórias, requer aprofundamento na literatura a fim de minimizar complicações. Objetivo: Investigar o tempo de jejum pré-operatório e sua relação com aspectos nutricionais e complicações no pós-operatório durante o período de internação de pacientes cirúrgicos. Método: Estudo de coorte transversal prospectivo envolvendo 154 pacientes cirúrgicos adultos e idosos em seguimento hospitalar. Variáveis analisadas: dados sociodemográficos, tempo total do jejum pré-operatório, Nutritional Risk Screening, dados antropométricos, risco cirúrgico (American Society of Anesthesiologist), tempo de internação e associações aos desfechos clínicos no pós operatório. Para análise estatística foram utilizados o teste Qui-quadrado, teste exato de Fisher e Mann-Whitney. Para investigar os fatores de risco associados às complicações foi utilizada a análise de regressão de Cox simples e múltipla. O nível de significância adotado foi de 5% (p<0,05). Resultados: A maioria dos pacientes foram submetidos a jejum prolongado, com média de 18,24 horas (85,1%), não tendo sido observada significância estatística para essa variável. Dos 154 pacientes participantes da pesquisa, 57,1% eram do sexo masculino, 47,4% foram submetidos a cirurgia do trato gastrointestinal e 22,7% com complicações no pós-operatório, sendo a maioria cardiovasculares (57,1%). Segundo a American Society of Anesthesiologist, a maioria dos pacientes foi classificada nas categorias 3 e 4, e o risco nutricional de acordo com o NRS-2002 foi de 66,4%. Além disso, 98,1% dos pacientes não tiveram o tempo de jejum pré-operatório abreviado. A presença de complicações no pós-operatório foi estatisticamente significante para as variáveis sexo (p=0,0197), American Society of Anesthesiologist (p=0,0397) e período de internação (p<0001). Pela análise de regressão verificou-se que os homens têm um risco 2.2 vezes maior do que as mulheres de desenvolver complicações no pós-operatório (p=0,0456; RP = 2,167; IC95% = 1,015; 4,624). Na comparação entre o grupo de pacientes submetidos a cirurgias do trato gastrointestinal e o grupo dos que passaram por outros tipos de cirurgia, verificou-se diferença estatística para idade (p=0,0297), complicações pós-operatórias (p=0,0136) e jejum prolongado (p=0,0264). Pacientes submetidos a cirurgias do trato gastrointestinal com complicações no pós-operatório permaneceram mais tempo internados (p<0001). No grupo de pacientes com outras cirurgias prévias, a classificação da American Society of Anesthesiologist foi considerada um fator associado à probabilidade de complicações, sendo que aqueles que foram classificados nas categorias 3 e 4 apresentaram um risco quatro vezes maior em relação aos pacientes das categorias 1 e 2 (p=0,0335; RP = 4,125; IC95% = 1,117; 15,237). Conclusão: O tempo de jejum pré-operatório não interferiu na ocorrência de complicações no pós-operatório. Já as variáveis sexo, tempo de internação e perfil cirúrgico tiveram relação nesse desfecho. Os homens apresentaram um risco 2.2 vezes maior do que as mulheres de desenvolver complicações, e os pacientes cirúrgicos portadores de doenças sistêmicas grave (ASA 3 e 4) demonstraram um risco quatro vezes maior de complicações no pós-operatório. Assim, pacientes que apresentaram complicações no pós-operatório permaneceram mais tempo internados e com classificação de risco mais grave. |