Dias de gravidez potencialmente perdidos: um novo olhar sobre a idade gestacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Queiroz, Jéssica Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-23072019-170610/
Resumo: Introdução: Estudos que visam elucidar os fatores associados à idade gestacional (IG) utilizam intervalos semanais ou categorias estabelecidas. A análise utilizando a variável IG em dias pode apresentar um avanço no conhecimento sobre os seus fatores associados e desfechos, principalmente utilizando o conceito de dias de gravidez potencialmente perdidos (DGPP). Objetivo: Analisar os fatores associados aos DGPP e os principais desfechos perinatais associados aos DGPP. Método: Estudo de coorte histórica, utilizando os dados da pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre o Parto e Nascimento, realizada de 2011 a 2012, referentes à Região Sudeste. Os possíveis fatores associados foram avaliados individualmente e aqueles que foram considerados elegíveis foram avaliados por meio de regressão linear múltipla. Coeficientes de correlação ponto bisserial foram calculados para os principais desfechos perinatais. Resultados: Apenas 10% dos RN não perderam dias de gravidez entre os que tiveram financiamento privado para o nascimento, enquanto essa proporção foi três vezes maior entre os que tiveram financiamento público. Apenas 20% das mulheres que receberam cesárea tiveram filhos sem nenhum DGPP, enquanto 30% das mulheres que tiveram parto normal deram à luz RN sem DGPP. As variáveis que permaneceram independentemente associadas à DGPP após regressão linear múltipla foram: Fonte de financiamento da assistência ao parto privada ( 3,48), Síndromes hipertensivas na Gravidez ( 3,02), Apresentação fetal não cefálica ( 2,27), Nascimento por cesárea sem trabalho de parto ( 1,49), Cor da pele branca ou amarela ( 0,73), Idade em anos ( 0,05), IMC ( -0,06) e Anos de estudo ( -0,08). Para cada DGPP, houve um aumento estatisticamente significativo (p-valor < 0,05) de 18% na internação em UTI, 14% na necessidade de oxigênio após nascimento, 12% na necessidade de fototerapia, 10% na ocorrência de desconforto respiratório, 8% na ocorrência de óbito perinatal e 7% na ocorrência da Doença da Membrana Hialina, além de uma diminuição de 16% na ocorrência de Aleitamento Materno Exclusivo no momento da alta. Conclusão: A utilização do conceito de DGPP permitiu obter mais clareza para analisar os fatores associados ao encurtamento da gravidez, bem como seus principais desfechos perinatais, indicando o quanto os fatores de assistência podem ter maior peso se comparados aos fatores fisiológicos.