Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Smith, Julie Anna Barros |
Orientador(a): |
Moreira, Martha Cristina Nunes,
Baptista, Tatiana Wargas de Faria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/59293
|
Resumo: |
Os trabalhadores das Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) são cada vez mais convocados a lidar com situações de limitação à vida de bebês em sua prática cotidiana. Sejam elas as malformações congênitas, a prematuridade extrema ou pioras advindas de quadros clínicos complexos. Esses momentos são entendidos como de grande impacto para os profissionais, uma vez que é necessário manejar seus próprios sentimentos e sensações, auxiliar a família do bebê e, por vezes, intervir tecnicamente. Deste modo, a presente pesquisa teve como objetivo analisar, a partir das memórias dos profissionais de saúde do campo da neonatologia, as práticas de cuidado empreendidas diante de situações limitantes à vida. Visamos contribuir para esse campo de conhecimento a partir das experiências concretas dos trabalhadores, buscando compreender suas dificuldades e ações empreendidas para assim, ajudar a direcionar estratégias de assistência, gestão, capacitação e formação em saúde. Por nos interessarem as práticas concretas desses profissionais, o estudo teve delineamento qualitativo e utilizou para coleta e análise dos dados o método das Narrativas de Vida de Daniel Bertaux (2010). A amostra foi acionada por meio da rede de universos particulares da pesquisadora e orientadoras. Participaram da pesquisa 12 profissionais atuantes em UTIN, sendo 2 assistentes sociais, 2 enfermeiras, 1 fisioterapeuta, 1 fonoaudióloga, 2 médicos neonatologistas, 1 nutricionista, 2 psicólogas, 1 técnica de enfermagem e todos com mais de 3 anos de atuação. A partir das análises, foram criadas duas sessões de discussão: (1) Cuidado neonatal, condições materiais e fricções entre poder, assimetrias, hierarquias e exigências; e (2) Cuidado neonatal e produção de sofrimento. Observamos que as práticas de cuidado empreendidas diante de situações limitantes à vida de bebês são produzidas em contextos que reafirmam a lógica biomédica, hierárquica e que aparta complexidade técnica e afetos, o que produz relações assimétricas entre os profissionais da equipe e sofrimento emocional. Faz-se necessário reconhecer outras tensões escamoteadas, mas que permeiam a organização do trabalho do cuidado neonatal. Para tal, propomos a articulação dos achados com o conceito de circuitos de cuidado, que coloca em pauta a desvalorização das práticas relacionais e nas quais os afetos circulam, enfatizando a proposta do cuidado como um valor moral a fim de que assistência em saúde seja de fato integral. |