Uma visão psicossocial do papel da música na umbanda e na reorganização das id/ entidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Queiroz, Gregório José Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-25072017-093649/
Resumo: A música é utilizada nos ritos de umbanda no momento da incorporação, ponto culminante deste ritual. Investigar o papel da música no ritual umbandista e, por meio deste, também na vida humana é ao que se propõe a dissertação. O primeiro passo é analisar de perto a natureza da música, assim como de seus elementos presentes na música feita na umbanda, a melodia e o ritmo, e a relação da música com o ser humano, no nível social, individual e neurológico. O segundo passo é investigar os conceitos de identidade, dissociação, mediunidade, alteração de consciência, transe e incorporação. Em seguida, é feita revisão da relação entre música e transe, conforme os conceitos propostos por Rouget, autores do campo de musicoterapia e outros que estudaram a relação entre transe e percussão. Um breve histórico da umbanda e da linhagem de terreiro do qual eu próprio participo, assim como da atividade corpórea que envolve a música nesse terreiro, são apresentados a seguir, situando minha própria experiência na incorporação umbandista. A música utilizada na umbanda é apresentada por meio de partituras e comentada quanto a seu caráter musical e suas letras, assim como da atuação da natureza da música no momento da incorporação. Verificou-se que a música atua conjuntamente com o contexto do grupo social e da intenção do adepto para que venha a contribuir com o processo de incorporação. A música pode distender as forças que organizam as identidades do sujeito e dispô-lo corporal e subjetivamente à mobilidade, quando este se envolve com a música. Na umbanda, o envolvimento se dá por meio de dança preparatória, a qual é praticada precedendo a incorporação. O trabalho de incorporação ou modificação das identidades resulta do acionamento da música, do contexto social do rito e da intenção do sujeito que se dispõe ao processo, ocorrendo então um deslizar desde a identidade habitual a outra identidade, construída no rito, que permite se manifestem, segundo a doutrina, entidades espirituais