Luz que veio de Aruanda: mediunidade e sincretismo na Umbanda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Bichara, Marcelo Raphael Rocha lattes
Orientador(a): Silva, Nilton Sousa da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Departamento: Instituto de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14398
Resumo: O objetivo de nossa pesquisa é estudar o fenômeno da mediunidade no contexto da Umbanda, focando o sincretismo como um de seus elementos centrais. Tomamos como referencial teórico e prático a psicologia analítica elaborada pelo médico psiquiatra e psicólogo Carl Gustav Jung (1875-1961), pela profundidade e amplitude interdisciplinar de seus estudos sobre o fenômeno religioso e por sua abordagem psicológica das experiências religiosas. Realizamos entrevistas semi-estruturadas a respeito da categoria Aruanda com médiuns em estado de transe, em três terreiros de Umbanda no Estado do Rio de Janeiro. Nossa hipótese é que as descrições de Aruanda, quando interpretadas de um ponto de vista simbólico, podem nos indicar o sentido e a finalidade da Weltanschauung umbandista, isto é, sua atitude psicológica diante da vida. Para realizar a pesquisa fizemos uma incursão na história do nascimento da psicologia moderna, destacando a relevância das pesquisas sobre a mediunidade e os estados de transe para a formulação dessa nova ciência. Mergulhamos também nos primórdios da Umbanda para melhor compreender nosso objeto de estudo. Encontramos muitos paralelos entre a psicologia analítica e a Umbanda. Ambas surgem na virada do século XIX para o XX e atuam como movimentos de compensação da atitude hegemônica ocidental: a psicologia analítica na Europa, a Umbanda no Brasil. Com base nos dados coletados na pesquisa bibliográfica e no trabalho de campo foi possível demonstrar como os conteúdos simbólicos, que emergem durante os estados de transe, ajudam a dar forma a infinitas umbandas. Fluida e constantemente em construção, a atitude psicológica umbandista não se deixa enquadrar em sistematizações generalistas. Apesar das diferenças foi possível encontrar, nas descrições fornecidas em estado de transe, elementos em comum que apontam num mesmo sentido: uma revalorização das experiências do corpo, das emoções e dos instintos, em oposição direta ao ascetismo cristão e ao racionalismo moderno.