Correspondência familiar em contexto de emigração: convergências e divergências estilísticas e linguísticas na manifestação de afetividade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sousa, Maria Letícia Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-15122020-200110/
Resumo: A presente pesquisa traz à luz rascunhos e missivas inéditos escritos à mão por uma descendente de italianos nascida no Brasil e suas duas parentes do Sul da Itália, datados entre 1988 e 2015. O corpus, um conjunto de 24 cartas que busca fortalecer os vínculos familiares, é a base de uma análise que se pauta na pesquisa qualitativa para atingir o seguinte objetivo: analisar, a partir de elementos estilísticos e/ou linguísticos, de que forma se manifesta a afetividade na troca de cartas particulares entre familiares em contexto de emigração, considerando que cada um possui perfis sociolinguístico e cultural diversos. Para alcançá-lo, estudamos em cada parte que constitui a gramática epistolar (BRUNETON-GOVERNATORI; MOREUX, 1998; ANTONELLI, 2004; MAGRO, 2014; AMENTA; FERRONI, 2019) a ocorrência de fenômenos que evocam familiaridade, proximidade e demonstram afeto entre as escreventes, segundo a perspectiva da linguística textual (PALERMO, 2013; KOCH, 2015). Portanto, a análise parte da macro à microestrutura dos textos, de forma descritiva e interpretativa. Salientamos, ainda, que a pesquisa é caracterizada como documental, uma vez que a coleta de dados se baseia, principalmente, em documentos. Estes, por sua vez, constituem fontes primárias, dado que o conjunto de cartas pertence a um arquivo pessoal nunca estudado ou publicado; material que, aliado a uma entrevista semiestruturada feita com a descendente, possibilitou também um pequeno estudo sobre memória e identidade. Os resultados obtidos demonstram que o caráter afetivo se faz presente, especialmente, nas partes mais expostas da carta, ou seja, em sua abertura e encerramento. Estas seções são marcadas, sobretudo, por adjetivos, superlativos, sufixos, prefixos, diminutivos e dêiticos, ganhando maior grau de variabilidade de acordo com a competência linguística da escrevente e/ou seu perfil sociocultural.