\"Não se pode lutar uma batalha com sussurros\": a prática epistolar de W.B. Yeats e sua correspondência para periódicos no século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Viana, Maria Rita Drumond
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8147/tde-18092015-124131/
Resumo: Uma das mais influentes figuras da literatura irlandesa, o escritor W. B. Yeats conta com uma vasta obra em diversos gêneros (poesia, prosa ficcional, ensaios, teatro, autobiografias) e que se estende por uma longa carreira, do final dos anos 1880 até sua morte, em 1939. Durante todos esses anos de intensa atividade, Yeats acumulou uma profícua correspondência, da qual quase oito mil cartas sobrevivem. Parte de um esforço de décadas, vêm sendo publicados volumes das Collected Letters of W. B. Yeats, um projeto de edição crítica completa da correspondência ativa do autor sob edição-geral de John Kelly para a Oxford University Press. Partindo de uma análise do histórico de publicação das cartas do escritor até o presente momento da edição de John Kelly, esta tese contextualiza as diferentes formas como o rico material das cartas foi utilizado pela crítica do autor e propõe uma exploração das epístolas que Yeats envia a periódicos de língua inglesa para publicação nas seções de Cartas ao Editor, ao final do século XIX. O recorte proposto e a abordagem adotada baseiam-se em um entendimento da correspondência de escritores como um campo de estudo distinto, regido por preocupações que remetem a características específicas do gênero carta. Ancorando-se em diversos outros estudos sobre a escrita epistolar, sejam eles de cunho mais teórico (como DIAZ, 2002), sejam aplicados a escritores específicos (como STANLEY, 2011), a presente pesquisa explora a correspondência aberta do jovem Yeats para ressaltar os usos políticos que ele faz desse tipo de texto. Considerando-se diferentes temas e controvérsias nas quais ele se envolve, partese de uma contextualização do conteúdo referencial das cartas para uma análise das formas como o escritor busca engajar-se com o leitor com o intuito de convencêlo. O estudo revelou que o período escolhido é rico em material sobre a relação entre a literatura e a construção da identidade seja a identidade pessoal e artística do próprio poeta, que busca definir-se em relação à tradição, seja a identidade de toda uma literatura nacional. Para o poeta, definir o cânone nacional irlandês era uma condição essencial para a independência política, uma antiga reinvidicação de parcelas do povo irlandês e que volta a ter grande relevância com os movimentos nacionalistas dos séculos XIX e XX. A análise das estratégias utilizadas por Yeats nas cartas abertas revela uma crescente sofisticação de técnicas e no uso das potencialidades dialógicas e performativas da escrita epistolar e demonstra, concomitantemente, seu amadurecimento como escritor.