Claude Lefort e o enigma democrático: forças e limites de uma invenção política moderna

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Martha Gabrielly Coletto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-10082020-171820/
Resumo: O núcleo desta pesquisa consiste em investigar o lugar da reflexão sobre a democracia no pensamento de Claude Lefort e sua contribuição para o debate político-filosófico do século XX. Propomos reconstituir os meandros da trajetória lefortiana para mostrar a gênese de sua reflexão sobre o regime democrático, as diferentes caracterizações que lhe fornece e as contraposições históricas e teóricas que o filósofo põe em cena a fim de captar as singularidades da democracia moderna frente às formações sociais do Antigo Regime, de um lado, e aos regimes totalitários do século XX, de outro. Nesse sentido, buscaremos construir um diálogo com alguns autores políticos clássicos, como Maquiavel, Tocqueville e Marx, para apreender os desenvolvimentos da concepção lefortiana sobre a democracia enquanto formação social que se instaura contra os pilares de uma ordem política baseada na imagem do corpo e na fundamentação do poder a partir de princípios transcendentes. Formação social que se institui a partir da desincorporação do poder (pela qual o poder se torna um lugar vazio), a democracia se singulariza como sociedade aberta à história, indeterminada e sem telos, que acolhe a divisão e o conflito, num movimento incessante de interrogação, instituição e criação de direitos. Por fim, enunciamos as perguntas em que culminará a presente investigação, indicando o caminho para a construção de nossa tese: o lugar ocupado pela concepção democrática de Lefort significa uma alternativa à polarização do debate sobre a democracia, que opõe, na cena teórica do século XX, as perspectivas marxista e liberal? Tendo tomado distância do marxismo e da reflexão sobre a economia política, sua concepção é capaz de enfrentar os efeitos da nova ordem econômica neoliberal, que tende a inaugurar um \"sistema pós-democrático\"?