Análise sistêmica de tecido cerebral em pacientes com morte associada ao vírus febre amarela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Barbara Brito de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5179/tde-22022024-120924/
Resumo: A doença causada pelo YFV (do inglês, Yellow Fever Virus) é chamada de Febre Amarela (do inglês, Yellow Fever-YF), transmitida para hospedeiros vertebrados pela picada de mosquitos hematófagos portadores do vírus. A patogênese da doença pode dividir-se em dois padrões distintos de infecção: (i) viscerotrópico e (ii) neurotrópico. No Brasil, entre 2017 e 2018 foram confirmados no estado de São Paulo, 555 casos em humanos, e 203 casos de óbito. Destes, 85 foram acompanhados pelo Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina, da Universidade de São Paulo, e também pelo Laboratório de Evolução Molecular e Bioinformática (ICB/USP), e realizada autópsia e coletas de tecidos para investigação molecular com o intuito de verificar a presença do vírus no cérebro, e também nos outros tecidos. Aqui, o presente investigou aspectos biológicos ligados à acessibilidade, neuroinvasividade e respostas diferenciais associadas aos diferentes tipos de vírus febre amarela (YFV-17DD e YFV-silvático) utilizando dados moleculares, patológicos e expressão gênica diferencial obtida pela técnica de RNAseq. Para alcançar os objetivos propostos, o RNAseq foi realizado a partir de 13 amostras de tecido cerebral, obtidos de 10 pacientes que foram a óbito com suspeita de febre amarela, e 3 pacientes que fazem parte do grupos considerados controles. Os grupos foram classificados como YFV-silvático com vírus detectado no cérebro, YFVsilvático sem detecção viral no cérebro, YFV-17DD com vírus detectado no cérebro, YFV-17DD sem detecção viral no cérebro. A partir disso, níveis de expressão gênica em cada grupo foram analisados de forma a elucidar a neuropatogenia do YFV, buscando compreender a neuroinvasividade e neuroinfecção das diferentes linhagens. Ainda não está claro na literatura se as síndromes neurológicas associadas ao YFV são devido à infecção direta por YFV das células cerebrais, ou são secundárias à fenômenos imunomoduladores e como conclusão de nossos achados, foi possível hipotetizar que: (i) as partículas virais de YFV ultrapassaram a BHE e atingiram o tecido cerebral levando ao dano neurológico; (ii) as partículas de YFV atingiram a BHE, infectaram as células endoteliais, contudo não a ultrapassam chegando ao cérebro; (iii) as partículas virais de YFV não atingem o SNC e os danos neurológicos são efeitos secundários da infecção sistêmica