Estudo de fase II piloto de metformina em pacientes com tumores neuroendócrinos bem diferenciados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Glasberg, João
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-12042023-160353/
Resumo: Introdução: O uso de metformina como terapia antitumoral vem sendo estudada em diferentes tipos de tumor. Em tumores neuroendócrinos (TNE) estudos pré-clínicos com culturas celulares sugerem uma ação antitumoral do uso da metformina. Esta ação dar-se-ia por meio de duas vias: a primeira, denominada via direta, ocorre pela ativação de adenosine monophosphate-activated kinase (AMPK); a segunda, denominada via indireta, ocorre pela redução de níveis séricos de insulina. Ambas, enfim, levam a inibição de mammalian target of rapamicin (mTOR) e, consequentemente, inibição do crescimento celular. Estudos retrospectivos de pacientes com TNE tratados com everolimo apontam para um ganho em sobrevida livre de progressão (SLP) em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM-2) que receberam metformina. O objetivo deste estudo foi avaliar a segurança e ação antitumoral da metformina em uma população de pacientes com TNE bem diferenciado. Métodos: Pacientes com diagnóstico de TNE, graus 1 e 2, metastáticos e em progressão, foram recrutados para este estudo fase II, de braço único, para uso de metformina em monoterapia de 850 mg via oral duas vezes ao dia até progressão ou intolerância. O desfecho primário do estudo foi taxa de controle de doença por RECIST 1.1 em 180 dias. Os desfechos secundários foram: taxa de resposta radiológica, SLP, avaliação de SLP em pacientes com índice de massa corpórea (IMC) < 25 Kg/m , e em pacientes com IMC 25 Kg/m , toxicidade e variação no perfil glicêmico por meio dos níveis séricos de glicemia em jejum, hemoglobina glicada, insulina e peptídeo C a cada 90 dias. Resultados: Entre 2014 e 2019 foram incluídos 28 pacientes: a idade mediana foi 50 anos, sendo 53% homens. 84% tinham tumores não funcionantes, 86% eram gastrintestinais e 62% eram grau 2. Metformina foi o primeiro tratamento em 25% dos casos. No momento do último seguimento, 26 pacientes haviam apresentado progressão de doença. Treze pacientes (46%) apresentaram controle de doença em 6 meses com mediana de SLP de 6,3 meses (intervalo de confiança 95%: 3,2 9,3). Nenhum paciente apresentou resposta radiológica. Nos pacientes com tumor funcionante, apesar da metformina não controlar a secreção hormonal, um paciente referiu melhora completa dos sintomas de síndrome carcinoide. A avaliação da variação do perfil glicêmico não se correlacionou com a taxa de controle de doença em 6 meses. O evento adverso mais comum foi diarreia: graus 1-2 em 17% e graus 3-4 em 10%. Conclusões: Metformina como monoterapia não demonstrou ação antitumoral em TNE. Apesar de segura e bem tolerada, apresentou alta frequência de diarreia