Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Rafael Aparecido Dias |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-19082024-134452/
|
Resumo: |
A rápida evolução das tecnologias tem transformado o manejo do diabetes mellitus, destacando-se a monitorização contínua da glicose. O conceito de \"tempo no alvo\", definido como o período gasto na faixa glicêmica entre 70-180 mg/dl, emerge como uma métrica crucial para avaliar o controle glicêmico. Este estudo aborda a correlação entre o tempo no alvo e a hemoglobina glicada, um marcador tradicional de controle glicêmico, em pacientes com diabetes mellitus utilizando a automonitorização da glicemia capilar. Nesse contexto, adotando o termo \"pontos no alvo\" para analisar as pontuais aferições da glicemia em pacientes com diabetes mellitus, utilizando a automonitorização da glicemia capilar, e correlacioná-las com os níveis de hemoglobina glicada. Trata-se de um estudo transversal retrospectivo com 422 pessoas, com diabetes mellitus em tratamento com insulina, usuárias da Atenção Primária à Saúde do município de Ribeirão Preto, São Paulo. Foram adotados critérios de inclusão, como a medição recente de hemoglobina glicada e a realização de pelo menos duas medições diárias de glicemia capilar por automonitorização da glicemia capilar. A amostra final consistiu em 146 participantes, cujos dados foram analisados quanto às correlações entre os pontos no alvo e hemoglobina glicada, considerando variáveis como sexo, idade e distrito de saúde. Os resultados revelaram correlação negativa entre o ponto no alvo (70-180 mg/dl) e hemoglobina glicada (-0,62; p<0,0001), independentemente do sexo e faixa etária. Observou-se uma correlação positiva entre pontos acima do alvo (>250 mg/dl) e hemoglobina glicada (0,65, p<0,0001), assim como entre a glicemia média e hemoglobina glicada (0,68; p<0,0001). A análise por distrito de saúde indicou variações nas proporções dos pontos no alvo, associadas a diferenças nas médias de hemoglobina glicada, sendo que o Distrito Central apresentou a maior proporção dos pontos entre 70-180 mg/dl (62,0%) e a menor hemoglobina glicada média (7,8%), enquanto a região Norte apresentou a menor proporção dos pontos entre 70-180 mg/dl (39,9%) e a maior hemoglobina glicada média (8,9%). Os achados corroboram com estudos anteriores, reforçando a validade dos pontos no alvo como métrica complementar à hemoglobina glicada. As correlações observadas entre pontos no alvo, pontos acima do alvo e hemoglobina glicada sugerem que essa nova métrica pode ser indicativa do controle glicêmico e, portanto, útil para avaliações clínicas. As divergências nas metas de controle glicêmico entre regiões do mundo e faixas etárias são discutidas, evidenciando a importância de considerar esses fatores na interpretação dos resultados. Este estudo inédito na América Latina, correlacionando valores de glicemia provenientes da automonitorização da glicemia capilar com a hemoglobina glicada, destaca a relação negativa entre os pontos no alvo (70-180 mg/dl) e hemoglobina glicada, ou seja, quanto maior a proporção de pontos nessa faixa glicêmica, menor será a hemoglobina glicada. Apesar das limitações, como a falta de diferenciação entre os tipos de diabetes mellitus (tipo 1 e 2), os resultados sugerem que os pontos no alvo pode ser uma ferramenta valiosa na avaliação do controle glicêmico, adaptando-se às realidades econômicas e tecnológicas dos pacientes. Recomenda-se futuras pesquisas clínicas para investigar desfechos clínicos associados a essa métrica em diferentes configurações de cuidados de saúde. |