Desejo e percurso na construção do conhecimento: aspectos pedagógicos na obra de Nicolau de Cusa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Guendelman, Constanza Kaliks
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13102014-142934/
Resumo: Partindo do questionamento sobre a articulação entre desejo e conhecimento este trabalho é uma investigação teórica sobre a implicação intrínseca entre esses dois elementos centrais do aprendizado sob a perspectiva do filósofo Nicolau de Cusa. Em sua obra ele aborda a importância do desejo e do anseio para o percurso cognitivo e descreve esse percurso a partir de uma concepção de ser humano como ser em permanente transformação, em que os saberes adquiridos modificam a relação que ele estabelece com o mundo e consigo, entendendo que o saber é elemento constitutivo do homem e vai sendo construído a partir da consciência que o ser humano tem de seu próprio não-­ saber. Assim como a volição é determinante para a aquisição de saberes, também a condução é necessária para o aprendizado: Nicolau de Cusa desenvolve o conceito de manuductio condução pela mão e o caracteriza como um gesto de acompanhamento, em que aquele que conduz e o que é conduzido se relacionam de maneira dialógica e onde essa condução é oferecida na passagem entre o conhecido e o desconhecido. Desejo e manuductio são aspectos mobilizadores frente a um conhecimento que se sabe sempre provisório, ciente de sua incompletude e disposto a permanecer em constante movimento de procura e ampliação dos próprios horizontes. No discurso filosófico de Nicolau de Cusa encontramos elementos que contribuem de forma precisa e enriquecedora para questionamentos atuais do fazer educativo: o conceito de douta ignorância, a relação entre unidade e pluralidade, igualdade e diferença, transformação e conservação. A partir da leitura de sua obra questões contemporâneas ganham novos significados e a articulação entre desejo e conhecimento se apresenta em sua implicação ampla e decisiva para o ato de educar e para o percurso de ensino e aprendizado.