O conceito de douta ignorância de Nicolau de Cusa em uma perspectiva pedagógica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Guendelman, Constanza Kaliks
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-08122009-142805/
Resumo: O aprendizado muitas vezes se encontra vinculado à idéia de que é necessário superar o estado de desconhecimento, de não-saber, para alcançar o saber enquanto instância almejada. No presente trabalho, estudamos o conceito de douta ignorância desenvolvido por Nicolau de Cusa por acreditar que ele encerra uma dimensão essencialmente pedagógica que se revela na importância que esse filósofo do século XV dá ao não-saber. Para ele, a busca pelo conhecimento está inteiramente alicerçada na ciência que o homem alcança de sua própria ignorância. É o saber de seu não-saber que permite que o ser humano construa, de forma progressiva, o conhecimento. A concepção de conhecimento à qual subjaz uma imagem dinâmica de ser humano como a que encontramos em Nicolau de Cusa retorna em pensadores contemporâneos. Bachelard, por exemplo, no século XX, reafirma a positividade dos erros, defendendo a sua importância na construção do saber científico e no processo de aprendizagem. Aquilo que, no discurso comum, era apontado apenas como intercorrência a ser evitada, passa a ser revalorizado, resgatando uma tradição que acreditamos ter em Nicolau de Cusa um expoente fundacional. Nosso trabalho busca apresentar uma abordagem positiva desses dois elementos constitutivos do aprender o não-saber e o erro , considerados parte de um processo que entra em movimento quando o professor permite que o aluno exercite o ato de formular perguntas: na formulação de uma pergunta está contido o potencial de ir além de um saber já adquirido, de superar dificuldades ou erros. A pergunta abre a perspectiva do conhecimento e aponta para o que ainda está por ser alcançado. Ela é, assim, um veículo para a continuidade do aprendizado.