Incidência, comparações entre escores de gravidade e prognóstico de sangramentos em pacientes hospitalizados com síndromes coronarianas agudas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Caio Simões
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-27122019-080250/
Resumo: Introdução: A ocorrência de sangramento em pacientes com síndromes coronarianas agudas (SCA) está relacionada a eventos adversos incluindo óbito. Os objetivos incluíram determinar a incidência, preditores independentes e prognóstico de sangramentos em pacientes hospitalizados com SCA comparando os critérios GUSTO, TIMI, BARC e ISTH. Métodos: Estudo de coorte prospectiva de 363 pacientes com SCA (14,9% com SCA com elevação de segmento ST e 85,1% sem elevação do segmento ST) com coleta sistemática dos dados. Modelos de regressão logística foram construídos para determinar preditores de sangramento e de mortalidade total. Os sangramentos foram definidos de acordo com os 04 critérios mencionados. Foi utilizado o método de Kaplan-Meier para avaliação de curvas de sobrevida hospitalar. Resultados: A idade média foi de 64,5 ± 10,3 anos, com 32,8% do sexo feminino. A incidência de sangramentos foi de 19%, sendo o sítio de punção para cateterismo cardíaco o local mais comum (91,3%), seguido do trato gastrointestinal (4,3%) e tamponamento cardíaco (2,9%). Sangramentos BARC tipo 2, 3 e 5 ocorreram em 12,1%, 5,8% e 0,6%, respectivamente. Sangramentos maiores foram 1,9% (GUSTO), 2,5% (TIMI) e 10,5% (ISTH). Preditores independentes para ocorrência de sangramentos foram sexo feminino (OR 2,13, p=0,021), nível baixo de fibrinogênio sérico (OR 1,01, p=0,001), uso de abciximab (OR 3,72, p=0,025) e uso de acesso femoral para cateterismo cardíaco (p=0,001). Ocorrência de qualquer sangramento e de sangramentos maiores foi associada a risco de óbito (HR 3,71, p=0,011 e HR 5,7, p=0,001, respectivamente). Preditores independentes para ocorrência de óbito foram sexo feminino (OR 8,58, p=0,03), sangramentos (OR 7,78, p=0,02) e choque cardiogênico (OR 179, p<0,001). Conclusões: Em coorte de amplo espectro de SCA com tratamento contemporâneo, observamos: 1) Alta incidência de sangramentos com classificação não grave em maior proporção; 2) Sangramentos maiores foram associados de modo independente com maior mortalidade hospitalar e em curto prazo; 3) Sexo feminino, utilização de via de acesso femoral, uso de abciximab e baixos níveis de fibrinogênio foram preditores de risco independentes para sangramentos. Portanto, classificações de gravidade representam ferramentas úteis para avaliar prognóstico relacionado a sangramentos.