Escore de risco de sangramento em pacientes no pós-operatório imediato e precoce de cirurgia valvar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vieira, Alef de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-23102024-155041/
Resumo: Introdução: O pós-operatório de cirurgia cardíaca valvar é desafiador devido ao risco de sangramento, que pode levar a complicações e aumentar a morbimortalidade do paciente. Logo, avaliar o estado clínico e laboratorial do paciente antes da cirurgia auxilia na previsão do risco de sangramento e mudança de conduta clínica. Objetivo: Desenvolver um escore de risco para prever sangramento aumentado em pacientes no pós-operatório de cirurgia valvar. Metodologia: Este é um estudo retrospectivo, com 525 pacientes submetidos a cirurgia valvar entre 2021 e 2022 no IDPC. Os pacientes foram divididos em dois grupos: aqueles com sangramento maior e aqueles sem sangramento maior, com base nos critérios de BARC e Bojar. A descrição dos resultados incluiu métodos estatísticos para descrever a frequência e a distribuição dos dados. Foi realizada uma análise de regressão logística para identificar os fatores relacionados ao sangramento, e modelos múltiplos foram utilizados para as variáveis com significância estatística. Pontuações foram atribuídas aos valores relevantes para criar uma escala. O estudo foi submetido e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa. Resultados: Neste estudo, foram analisados 525 pacientes com idade média de 56 anos, sendo a maioria do sexo feminino. A valvopatia mais comum foi a insuficiência mitral. Cerca de 8,8% dos pacientes apresentaram sangramento aumentado, resultando em 4,3% de reabordagens cirúrgicas. As variáveis que apresentaram significância estatística foram: presença de insuficiência tricúspide (OR 3,31, p < 0,001), doença renal crônica/lesão renal aguda (OR 2,97, p = 0,006), hemoglobina pré-operatória (OR 0,73, p < 0,001), reoperações (OR 2,5, p = 0,003), tempo de circulação extracorpórea (OR 1,12, p < 0,001). O número de valvas abordadas também foi significativo, com OR de 2,23 (p = 0,013) para 2 valvas e OR de 3,7 (p = 0,028) para 3 valvas. Além disso, o uso de concentrado de hemácias mostrou-se relevante, com OR de 2,8 (p = 0,001). No modelo múltiplo, apenas a presença de insuficiência tricúspide, tempo de circulação extracorpórea e hemoglobina pré-operatória estiveram associados ao sangramento. Conclusão: O tempo de CEC, hemoglobina pré-operatória e insuficiência tricúspide se associaram-se independentemente com o sangramento pós-operatório. A escala proposta é plausível, e pode auxiliar na predição de risco de sangramento.