Sangramento tardio em pacientes submetidos a implante de prótese aórtica transcateter: incidência e implicações prognósticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Ramalho, Felipe de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-27072020-151807/
Resumo: Introdução: As complicações hemorrágicas em pacientes submetidos ao TAVI são motivo de grande preocupação. Há escassez de estudos que avaliem os fatores relacionados ao sangramento tardio em nossa população, bem como seu impacto prognóstico. Objetivos: Os objetivos primários deste trabalho são avaliar a incidência de sangramento tardio em pacientes submetidos ao TAVI, bem como analisar as repercussões clínicas da ocorrência de sangramento tardio nessa população. Como objetivos secundários, buscou-se discriminar os principais sítios de sangramento tardio em pacientes submetidos ao TAVI; determinar potenciais fatores de risco associados a ocorrência de sangramento tardio; correlacionar a ocorrência de sangramento com escores de risco já estabelecidos em outros cenários clínicos; avaliar a influência da terapia medicamentosa (antiplaquetária e/ou antitrombótica) na ocorrência dos sangramentos tardios. Métodos: Foram analisados dados clínicos, laboratoriais e ecocardiográficos de pacientes submetidos ao TAVI no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, estratificando-os quanto a ocorrência de sangramento tardio (>=30 dias da realização do procedimento), de acordo com os critérios de sangramento do VARC-2. Resultados: Dentre os 343 pacientes submetidos ao TAVI com seguimento >=30 dias, ocorreram um total de 10 sangramentos tardios (2,9%), em tempo médio de 17,8 meses. Os sítios mais comuns de sangramento foram os gastrointestinais (n=7), seguido dos ocorridos no trato geniturinário. O sangramento tardio esteve associado ao maior risco de mortalidade geral (p=0,031, com HR=2,8, IC 95%: 1,1-7), com incidência aumentada de óbito cardiovascular (p=0,854), acidente vascular encefálico (AVE) (p=0,184) e lesão renal aguda estágios II e III (p=0,070). A terapia antitrombótica utilizada, bem como fatores considerados consagrados para a ocorrência de sangramento, como menor hemoglobina de base, baixo peso, fibrilação atrial, não estiveram associados a maior ocorrência de sangramento. Conclusões: Em nossa casuística, a ocorrência de sangramento tardio foi de 2,9%. Tal complicação esteve associada a pior prognóstico, com aumento do risco de óbito por todas as causas na evolução. Estudos com maior número de pacientes são necessários para estabelecer os fatores implicados na ocorrência dessa complicação.