Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Machado, Indianara Ramires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-23102023-124632/
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo fazer uma análise interdisciplinar sobre Pessoas Vivendo com Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) na população Guarani da Terra Indígena de Dourados em Mato Grosso do Sul. Foram analisadas as percepções das pessoas vivendo com HIV e AIDS, notificadas na Terra indígena de Dourados quanto aos aspectos relacionados ao protocolo de tratamento. Discorrido sobre as experiências vividas das pessoas com HIV e AIDS no processo de saúde-doença-cuidado em diálogo com illness/wellbeing/care. Descritas as formas e a experiência do estigma bem como, da discriminação, além das estratégias de enfrentamento e superação dos mesmos. Foram apresentados também, os dados secundários das pessoas vivendo com HIV, por meio do banco de dados do Distrito Especial de Saúde Indígena de Mato Grosso do Sul. Os povos indígenas apresentam uma organização sociocultural especifica e enfrentam situações distintas de risco e vulnerabilidade. O número de pessoas vivendo com HIV no estado do Mato Grosso do Sul acompanhados em 2020, foram 111 indígenas, sendo os Guarani Kaiowá e Guarani Ñandeva os mais acometidos. A aldeia Amambai possui o maior número de indígenas vivendo com HIV, bem como, o número de mortes por AIDS. As Aldeias da Reserva Indígena de Dourados (Jaguapirú e Bororó) abarca o segundo maior número de pessoas vivendo com HIV. A pesquisa-ação foi a metodologia adotada nesse trabalho que tem como base a etnografia. Participaram da pesquisa oito pessoas vivendo com HIV e AIDS, quatro dos subgrupos Guarani Kaiowá e quatro Guarani Ñandeva. Para as entrevistas foram utilizadas perguntas do questionário Emic Stigma Scale. Pelos dados sociodemográficos, entrevistas e achados clínicos, dos oito interlocutores verifica-se a não adesão em quase sua totalidade (6/8) ao tratamento biomédico. A não adesão está plena de significados e pode ser compreendida por meio do processo de adoecer de cada sujeito que vive com HIV e AIDS. Buscou-se nesta pesquisa, trazer reflexões sobre o sentido de vivenciar e compreender o HIV e, como o estigma carrega uma morte social que é traumática. As situações das pessoas Guarani vivendo com HIV, é um fato social total, ou seja, ele é um paradigma sócio/econômico/cultural de mudanças estruturais dentro da Reserva Indígena de Dourados. O aparecimento da infecção pelo HIV dentro das aldeias transforma e ressemantiza a maneira como essa doença é vista pela biomedicina. A ressemantização é resultado do dialogo assimétrico entre o entendimento ocidental e o universo simbólico Guarani, caracteriza-se num processo de hibridação. Essa pesquisa visou contribuir para o aperfeiçoamento das políticas e programas de saúde no país, levando-se em conta os desafios à sua aplicabilidade em contextos de interculturalidade, em especial na população indígena |