A transferência na atenção psicossocial e a relação de dependência winnicottiana: uma articulação possível?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Apollonio, Fernanda Torres
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-22092016-154219/
Resumo: Os Centros de Atenção Psicossocial, CAPS, surgiram no Brasil como dispositivos de saúde mental substitutivos aos hospitais psiquiátricos, seguindo preceitos da Reforma Psiquiátrica, por meio de trabalho interdisciplinar que visa à reinserção social e familiar de pessoas acometidas por transtornos mentais graves e persistentes. No CAPS, profissionais de diferentes formações estão, geralmente, envolvidos em múltiplas ações individuais, grupais e sociofamiliares, incluindo o exercício da função de Referência Técnica (RT) para certo número de usuários da instituição. A missão do CAPS é promover a reabilitação psicossocial, porém não há indicações específicas sobre a condução clínica de cada caso. O objetivo deste trabalho foi o de realizar uma reflexão teórica sobre a clínica interdisciplinar em CAPS, a partir dos conceitos winnicottianos de transferência da relação de dependência e ambiente. Para tanto, buscou-se contextualizar historicamente a saúde mental pública no país até a formação dos CAPS; revisar publicações psicanalíticas sobre o trabalho interdisciplinar preconizado para este dispositivo de saúde mental e discutir a transferência da relação de dependência, tal como proposta por Winnicott, a partir dos exemplos clínicos da experiência da autora como trabalhadora de um CAPS Adulto do interior do estado de São Paulo. A transferência foi discutida por meio de exemplos em que tal vinculação foi favorecida ou não neste CAPS, destacando-se a consistência entre os membros da equipe, bem como o acesso à supervisão e discussão de casos em reuniões técnicas, como facilitadores deste processo. Concluiu-se que a transferência da relação de dependência foi eminentemente observada na vinculação promovida a partir da RT, independentemente da formação do profissional de referência. E que o manejo coletivo do caso, no sentido de suporte à RT e manutenção de um ambiente consistente, foi o que pôde promover condições para a evolução clínica na atenção psicossocial