Angústia: os descaminhos da liberdade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Turina, Sergio Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-14092012-092232/
Resumo: A presente dissertação tem como propósito estudar o que denominamos herói anti-existencialista do romance Angústia, de Graciliano Ramos, ao analisar sua dificuldade de auto-afirmação diante do mundo de que faz parte, a qual o conduzirá à ação central do livro, o assassinato de Julião Tavares. Escamoteando essa causa subjetiva dos afetos aparentes, os sentimentos de opressão e inferioridade, o protagonista irá atribuí-los ao exterior, à sua existência citadina, ao convívio com o outro, ao rival, Julião Tavares. A dificuldade de auto-afirmação causa de ordem subjetiva desses afetos aparentes , com origem no passado da infância, na não superada rivalidade edipiana, ameaça trazer a tona dois afetos latentes, que se revelam por meio da narrativa digressiva, enquanto forma de auto-análise, a saber: o medo da castração simbólica, e a culpa pelo desejo da morte do pai na infância. Daí a necessidade de escamoteá-la, atribuindo-se ao exterior, a uma causa de ordem objetiva, portanto, os sentimentos de opressão e inferioridade, o que engendrará a idéia de vingança, motivo aparente do assassinato. No ato de vingança estaria implicado um valor anacrônico, com origem na sociedade patriarcal, na qual vivera o menino Luís da silva, a saber: a prática da violência naturalizada, enquanto expressão do sentido arcaico da liberdade, a liberdade ilimitada. Nesse sentido, o caráter anti-existencialista do herói o levará para a livre escolha do assassinato, como forma imprópria de tentar superar os sentimentos de opressão e inferioridade, cuja conseqüência será o aniquilamento do seu ser, descaminho da sua liberdade.