Figurações do impasse: forma literária e modernização brasileira em Angústia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Arantes, Dimitri Takamatsu
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-11112019-110720/
Resumo: Dos romances de Graciliano Ramos, Angústia sempre ocupou posição privilegiada, seja pelo traço radical de experimentação formal que lhe é característico, seja pela apreciação da variada e extensa bibliografia crítica que se ocupou do livro. O presente trabalho busca interpretar este romance de Graciliano Ramos, publicado em 1936, levando em consideração duas linhas condutoras de nossa leitura: por um lado, a descrição de seu arranjo formal, cujos procedimentos técnicos remetem à experiência de vanguarda acumulada desde o Modernismo paulista da década de 1920; por outro lado, o contexto histórico de 1930, marcado por grandes agitações e mudanças nos campos político, econômico e social. Tendo em vista que as duas instâncias a estética e a História são, a nosso ver, indissociáveis, procuramos contribuir para a compreensão de Angústia segundo a perspectiva que enxerga, neste romance, um arranjo formal que se destaca de seus pares na produção literária da época. Contribui para isso não apenas a técnica de vanguarda empregada pelo autor, como também a fatura estética engendrada no livro e que acusa a posição peculiar de seu narrador sui generis. Assim, acompanhando a trajetória da figura do fracassado (um tipo dominante no romance de 30), buscamos entender como Graciliano Ramos articula elementos que estão diretamente ligados ao desenvolvimento das formas literárias depois da experiência modernista, o que implica, como pretendemos demonstrar, um ponto de vista particular sobre a modernização material e ideológica pela qual o país atravessava naquele momento com os rudimentos do nacional-desenvolvimentismo.