Níveis de proteína e energia em rações e manejo de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris hydrochaeris L. 1766) em crescimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Andrade, Paulo Cesar Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20191218-154901/
Resumo: Este trabalho foi conduzido, de 05/05/94 a 06/12/95, na ESALQ/USP em Piracicaba/SP, tendo como objetivos avaliar os efeitos de dois níveis de proteína bruta (13,5 e 20%) e dois níveis de energia bruta (4.000 e 4.500 kcal/kg) em rações e de diferentes formas de manejo para capivaras em crescimento. Foram desenvolvidos dois experimentos: I) avaliação do desempenho dos animais nas condições de cativeiro (dividido em três partes); II) ensaio de digestibilidade das rações experimentais. No Experimento I, parte A, foram utilizadas capivaras com peso médio inicial de 8.97 ± 2,28 kg e 70 ou 150 dias de idade, distribuídas em um delineamento aleatorizado em blocos com esquema fatorial 2X2 (dois níveis de PB e dois níveis de EB) e cinco repetições (parcela = dois animais/baia de 40 m2). Os animais foram mantidos no experimento até a idade de 282 dias com peso médio de 24,94 ± 7,72 kg. As variáveis analisadas foram o ganho diário de peso (GDP), consumo diário de ração, conversão alimentar, taxa de mortalidade e parâmetros de carcaça. Para analisar a influência do tamanho da área de confinamento e do tipo de dieta sobre capivaras em crescimento, na parte B, do Experimento I, os animais foram distribuídos em grupos com os seguintes tratamentos: G1 = confinamento em baias (1 cabeça/20 m2) e ração peletizada (utilizaram-se os dados dos animais da parte A, do Experimento I); G2 = confinamento em baias (1 cabeça/20 m2) e capim elefante (Pennisetum purpureum); G3 = semiconfinamento (1 cabeça/70 m2) e ração peletizada (17 % de PB, 4200 kcal de EB/kg); e G4 = semiconfinamento (1 cabeça/70 m2) e capim elefante mais ração farelada (18 % de PB, 3.300 kcal de EB/kg). A parte C, do Experimento I, constituiu-se da análise de desempenho dos animais da parte A de acordo com a idade em que eles foram levados para as baias experimentais e começaram a receber ração (70 ou 150 dias). O Experimento II teve delineamento tipo quadrado latino 4X4 (4 animais, 4 períodos de coleta), com os animais confinados em gaiolas metabólicas. As variáveis analisadas foram os coeficientes de digestibilidade das rações do Experimento I, parte A: digestibilidade da matéria seca (%DMS) e digestibilidade dos nutrientes (%DN). No Experimento I-A, não houve diferenças significativas (p>0,05) entre os tratamentos para GDP, consumo diário, taxa de mortalidade, peso vivo do animal em jejum, peso do corpo vazio, peso da carcaça quente, perdas por resfriamento, rendimento de carcaça, peso do couro e rendimento dos cortes comerciais em relação ao peso da meia carcaça esquerda (%MCE). Houve diferenças significativas (p<0,05) entre os animais que receberam rações com 20 e 13,5 % de PB, respectivamente, em conversão alimentar (5,08:1 e 6,18:1) e rendimento em carne (65,65 e 70,45 %). Animais alimentados com dietas com maior nível energético e com maior nível protéico apresentaram uma tendência a ter um maior teor de gordura e maior rendimento de pernil. No Experimento I-B não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05) para GDP entre capivaras confinadas e semiconfinadas. Animais confinados apresentaram menor consumo (312,29 vs. 563,35 g de MS), melhor conversão alimentar (5,1:1 vs. 9,58:1) e maior taxa de mortalidade (20,41 vs. 0%) do que os semiconfinados, que apresentaram menor teor de gordura (14,75 vs. 16,88%) e maior rendimento de pernil (33,17 vs. 31,88%). Animais alimentados somente com capim tiveram o menor GDP (18,80g) e a pior conversão alimentar (22,2:1) com 25% de mortalidade. Entre os animais que foram confinados e começaram a receber ração aos 70 ou aos 150 dias de idade não houve diferenças (p>0,05) em GDP e conversão alimentar. Animais de 70 dias apresentaram, em média, uma maior ingestão de MS (339,7 g) do que os de 150 (285,5 g), e uma maior taxa de mortalidade (30,3 vs. 0%). Os coeficientes de digestibilidade de matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, energia bruta, extrato étereo, fibra bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido e extrativo não nitrogenado foram, em geral, reduzidos pelo maior nível de proteína (20% de PB) e pelo maior nível de energia (4.500 kcal de EB/kg).