Determinação da ocorrência de cecotrofia em capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris hydrochaeris L. 1766)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Mendes, Alcester
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20220207-165236/
Resumo: Este trabalho foi conduzido no Departamento de Produção Animal, da - ESALQ/USP, Piracicaba-SP, tendo como objetivos verificar a ocorrência e descrição do comportamento de cecotrofia em capivaras (Estudo I) e, comparar as curvas de excreção e as taxas de passagem da digesta entre capivaras, coelhos (Oryctolagus cuniculus) - animais que realizam cecotrofia, e catetos (Tayassu Tajacu) - animais que não realizam cecotrofia (Estudo II). No Estudo I, foram utilizadas seis capivaras fêmeas e adultas nascidas e criadas em cativeiro, pesando em média 55,90 + 8,36 kg, mantidas em baias individuais, onde foram observadas durante noventa e seis horas consecutivas (tudo para todos Altmann, 1974). No Estudo II, foram utilizadas cinco fêmeas para cada uma das três espécies estudadas: capivara, coelho e cateto, também nascidas e criadas em cativeiro, com peso vivo médio de 55,90 ±8,36 kg, 3,4 ±0,57 kg e 12,95 ±2,47 kg, respectivamente, introduzidas em baias individuais (capivara e cateto) e gaiolas metabólicas individuais (coelhos), onde foi feita coleta total de fezes em intervalos de 4 horas até o total de 96 horas (delineamento experimental Split- block, Steel & Torrie, 1980). Foi administrado aos animais um marcador (cromo mordante) que possibilitou a comparação da taxa de passagem da fase sólida e das curvas de excreção fecal entre as espécies estudadas. No Estudo 1, as capivaras realizaram 243 atos de cecotrofia, ocorrendo entre 10h:48min e 1 lh:44min após o fornecimento do alimento, sendo que 72,84% dos atos de cecotrofia ocorreram entre às 6 horas e 12 horas enquanto os 27, 16% restantes ocorreram entre as O e 6 horas. No Estudo II, capivaras, coelhos e catetos, apresentaram uma taxa de passagem (Kp) de 8,43, 9,34 e 11,79%/hora, respectivamente, sendo que o Kp entre capivara e coelho não diferiram de forma significativa (p>0,05), diferindo ambos do cateto (p<0,05), mostrando que ambas as espécies possuem uma taxa de passagem (%/hora) mais lenta que o cateto, provavelmente, devido ao comportamento de cecotrofia. A fim de comparar a similaridade entre as curvas de excreção fecal dentre as espécies animais, foi realizado o teste t-Student comparando os coeficientes angulares (parâmetro b) das curvas, o qual mostrou que não houve diferença significativa (t = 1,5; g.l. = 177; p>0,05) somente entre as curvas para capivara e coelho. Foi realizada uma análise multivariada de perfil, o que também permitiu a comparação das curvas de excreção fecal entre as espécies animais, em intervalos de tempos de coletas preestabelecidos. No primeiro intervalo (0 às 16 horas), assim como no segundo (16 às 3 2 horas), verificou-se que não houve diferença significativa apenas para capivara e coelho. No último intervalo (32 às 72 horas), as curvas entre capivara e cateto, capivara e coelho, e coelho e cateto, não mostraram diferença significativa. Em função dos resultados obtidos neste trabalho, conclui-se que a capivara realiza a cecotrofia, o que pode significar uma redução nos custos da produção desta espécie em cativeiro, por permitir a utilização de uma alimentação de baixos níveis proteicos e rica em fibra.