Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Meira, Mary Luce Melquiades |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-03072024-130747/
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Resumo: |
A violência contra a mulher é definida como um problema de saúde pública que ameaça a vida e impacta não apenas as mulheres, mas toda a sociedade. No contexto brasileiro, a visibilidade desse fenômeno aumentou com a promulgação da Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. Estudos indicam que em 2022, 230.861 casos de agressões por violência doméstica foram registrados, destacando-se a subnotificação ou não notificação de inúmeros casos. Observa-se a presença de profissionais despreparados para reconhecer, identificar e lidar com casos de Violência Contra a Mulher, resultando em atendimento inadequado às vítimas e demais envolvidos, sem garantia de uma assistência multiprofissional. O objetivo deste estudo é refletir acerca a formação dos enfermeiros que atuam na Estratégia Saúde da Família no Município de Campina Grande, na interface com o fenômeno da violência doméstica contra a mulher. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, com uma abordagem quantiqualitativa, conduzido em duas etapas distintas. Na primeira etapa, realizou-se uma revisão integrativa. A segunda etapa consistiu em uma pesquisa exploratória quantiqualitativa, utilizando as técnicas de categorização propostas por Bardin como ferramenta de análise. O tratamento dos dados quantitativos foi conduzido com o auxílio do programa SPSS, enquanto os dados qualitativos foram analisados por meio do software Iramuteq. A pesquisa envolveu enfermeiros que atuam nas Unidades Básicas de Saúde do município de Campina Grande, totalizando uma amostra final de 55 enfermeiros. Para a coleta de dados, utilizou-se um instrumento composto por 20 questões de múltipla escolha, baseadas no protocolo do Ministério da Saúde sobre o manejo da violência contra a mulher na atenção básica. Na revisão integrativa, composta por 18 artigos, foram identificadas cinco categorias principais: (1) Preparo insuficiente dos profissionais, (2) Estruturas e processos organizacionais insuficientes, (3) Necessidade de ensino adequado e/ou capacitação, (4) Compreensão limitada da temática e, (5) Enfermeiros preparados e com recursos adequados. Na segunda etapa da pesquisa, foram identificadas quatro classes que agruparam os tipos de violência descrita: (1) Evolução e identificação da violência contra a mulher no contexto doméstico, (2) Acesso ao conteúdo nas Instituições de Ensino Superior e nos cursos de pós-graduação, (3) Abordagem à vítima e (4) Violência no estágio avançado, que se sobrepôs às demais, evidenciando o temor das mulheres e a atuação dos profissionais em casos de morte, assim como os fatores que levaram às consequências da violência. Dessa forma, o estudo destacou a escassez de preparo profissional dos enfermeiros que atuam na Atenção Básica, resultando, em muitos casos, na subnotificação da Violência Contra a Mulher, devido à dificuldade na identificação da violência e seus estágios. |